terça-feira, 1 de maio de 2012

REFLEXÃO

                              


                        O CHAMADO À SANTIDADE







A santidade começa quando, definitivamente, reconhecemos  com a nossa liberdade, que somos pecadores.










"Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade, pelo qual os homens, por intermédio de Cristo, Verbo feito carne, no Espírito Santo, têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina! (DV 2.)


Iniciamos a nossa reflexão com este trecho inspirado pela Constituição Dogmática 'Dei Verbum' , onde somos convidados a aprovar com liberdade e entendimento, o chamado de Deus que carrega dentro da sua divindade o infinito desejo de se fazer conhecido por nós. 


"Deus, que 'habita uma Luz inacessível' (1 Tm 6,16), quer comunicar a sua própria Luz Divina aos homens, criados livremente por Ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos. Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-Lo e de amá-Lo bem além bem além do que seria capazes por si mesmos." (CIC 52)


O desejo de Deus se torna real quando dispomos de meios inspiradores que nos revelam a Sua vontade. A igreja, através da sua ação evangelizadora, dos Sacramentos, do trabalho missionário, mesmo lutando contra tudo e contra todos, se torna mediante a sua santidade, o único meio de santificação desses filhos adotivos. A igreja se constituiu, por meio de Cristo, a fonte de vida nova para continuar o projeto da salvação, pois, sozinho o homem não consegue compreender a sua própria vida e missão. 


Diante dessa realidade, cada um de nós, unidos pelo mesmo Espírito Santo recebido no batismo, somos constantemente alertados a abrir nossos corações às revelações divinas. É assim que Deus se revela: através da Sua Palavra na Liturgia Eucarística, nas homilias, nas pregações, palestras e, mais ainda, nos gestos concretos de quem vive cada momento da sua vida a anunciar este Amor do Pai.


Portanto, o chamado à santidade não está ligado somente numa vontade de Deus que deseja alguma coisa fora da nossa realidade, difícil de se viver ou somente para satisfazer o desejo pessoal Dele, mas é um chamado para nos capacitar a conhecer a nós mesmos, assim como Ele nos conhece. Vivendo a santidade, reconquistamos a nossa dignidade de filhos de Deus e damos a nós mesmos, e mais ainda, a todos os nossos irmãos, o verdadeiro sentido de relação fraterna, onde somos ordenados para viver no mundo tão divinamente criado, dando valores à criação e à natureza. Podemos dizer: antecipamos na terra a nossa vida celestial.


Mas, o que precisamos fazer para entender tudo isso? O que é necessário mudar em nós para entrar neste contexto de santidade? O processo é uma caminhada! Primeiramente, reconhecer a nossa fraqueza e que nascemos, todos nós, vítimas do pecado original, o que resultou em tumultuar a nossa própria natureza. Com isso, não sabemos o que seja bom para nós e para os outros, somos dominados por toda a espécie de doutrinas e palavras.


Em segundo plano, a nossa liberdade precisa ser direcionada para Deus, que em Jesus, nos faz conhecer e reconstituir a nossa natureza humana. Essa caminhada se faz, impreterìvelmente, através da nossa Igreja, onde cada sentido de seus passos, se dirigem na rota da nossa santidade de vida, ou seja, para Jesus: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6). Os Sacramentos são esse sentido e Jesus se faz presente em cada um deles, não como símbolo, mas presença viva, onde a Eucaristia se torna o cume, o pico, o ponto mais alto deste Caminho, onde o pecado nos faz vítima, pois tenta nos tirar Dele.


Esta é a primeira parte da nossa reflexão, onde buscamos compreender que o 'pecado' precisa ser combatido em nossa caminhada diária, pois a santidade começa quando começamos a correr dele, a fugir, não como covardes, mas como os mais bravos lutadores.


Deus seja louvado e adorado!


Carlos - Comunidade Católica Pedras Vivas



Nenhum comentário:

Postar um comentário