segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

           


               PRECISAMOS VER ATRAVÉS DAS COISAS, DOS FATOS E DAS PESSOAS


                     "Estou vendo as pessoas como se fossem árvores andando" (Mc 8, 24)



                                    Podemos começar a nossa partilha refletindo nesta resposta que o cego     de Betsaida deu a Jesus,  quando Este lhe perguntou se ele estava vendo alguma coisa, tão logo   ter-lhe cuspido em seus olhos e tocado nele. Como podemos notar, o cego via as pessoas, mas as    via
como árvores andando. O fato de Jesus ter lhe tocado e lhe curado da cegueira, foi dando a       ele uma capacidade de ver aos poucos. Antes, não enxergava nada. Na primeira ação de Jesus,         o cego começou a ver as coisas ainda embaralhadas. Posteriormente, Jesus tocou novamente      nos olhos do cego, nisso ele começou a ver tudo claramente. 

Transportando esse fato para a nossa vida, primeiramente necessitamos reconhecer a           nossa cegueira, assim, como reconheceu o cego das páginas Sagradas. Em vista da nossa    incapacidade de ver o que se esconde atrás das aparências, Jesus se colocou à nossa disposição para nos curar. Não será uma cura física, pois já vemos as coisas materiais, porém, uma cura espiritual, onde está a nossa verdadeira cegueira. Se não vemos o que se esconde atrás das aparências, é porque    não buscamos ver através das coisas, dos fatos e das pessoas, mas apenas ver.    Entre ver e perceber existe um abismo. Para encontrar a verdade escondida aos nossos olhos, é necessário              uma profunda comunhão com quem se esconde em nós: O Espírito Santo! Somente Ele é  capaz de  nos     revelar tudo que está escondido. 

A Luz de Deus que habita em cada um de nós, abre ao nosso inconsciente uma porta que    mostra as coisas escondidas aos nossos olhos. Deus se revela e tudo revela. Passamos a discernir,       ou seja, entrar no cerne, no interior de tudo, e até das pessoas. Portanto, não nos custa          trabalho algum, mas somente estando em perfeita comunhão com Quem já habita em nós. Esta é a      única forma de vivermos sem nada ficar escondido. Nada estará oculto, e nada nos enganará. Tudo  que for falado às escondidas será manifestado na Luz. Aquele que discerne tudo não se amolda        ao mundo, mas passa a se conformar com Cristo, a tomar a forma de Cristo. Não se trata de exagero, nem de invenção humana, mas é promessa do próprio Jesus, pois Ele disse: "Quem crê em    Mim fará as obras que Eu faço, e fará ainda maiores do que estas." (Jo 14, 12)

A Santa Igreja possui todos os meios e nos disponibiliza os caminhos para a nossa purificação     e santificação. A Eucaristia possui todos os elementos que alimentam a nossa alma, fortalece         o nosso Espírito, cura as nossas feridas, rompe com todas as barreiras e, mais ainda, é o        próprio Senhor Jesus que se torna, Ele, em nós. Portanto, esse é o nosso Caminho: Jesus vivo! Ele não  só 
cuspirá em nossos olhos e nos tocará, mas Ele todo, em Espírito, Alma, Corpo e Divindade, estará dentro de cada um de nós, batizados em Seu grande Amor.

Por isso, peçamos a Deus Pai e Criador que nos conceda a graça desta cura interior,              onde poderemos sentir a presença viva de Jesus olhando em nós e por nós. Que seja Ele mesmo a usar todo o nosso ser, não para servir a nós mesmos, mas para levar ao mundo e às pessoas o mistério de Amor escondido em nós.

Deus seja Louvado e Adorado. Que a Virgem Maria interceda por nós!

Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas






                     

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

 
                                         

                                             PORQUE É TÃO DIFÍCIL SER CRISTÃO?




  Em todos os seus pronunciamentos, Jesus nunca falou que seria fácil se tornar um dos seus discípulos



                                  De acordo com os ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica, o Batismo é       o fundamento de toda a vida cristã e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos; somos incorporados  à Igreja e feitos participantes da sua missão (CIC 1213). Podemos também acrescentar alguns           outros  aspectos que fazem parte deste sacramento, entre eles o "banho de regeneração" e da "renovação            do Espírito Santo", que também é chamado de "iluminação". Neste banho o homem recebe a Luz verdadeira   e se torna "filho da Luz" e ao mesmo tempo, ele mesmo, em Luz.

Como podemos notar, o Batismo dá vida nova para a nova vida que é apresentada à comunidade       cristã; renova a esperança da Igreja e abre a porta para o batizado dar um sentido verdadeiro em sua   caminhada, através dos demais sacramentos da Igreja. A ele, a Igreja oferece todas as condições para entrar no   Reino de Deus pela qual a Igreja está plenamente incorporada a Cristo Jesus, sob a Luz do Espírito Santo,     pelo poder do Pai e sob a orientação materna da Virgem Maria. Nada lhe faltará para se tornar um discípulo   de Jesus, pois a Igreja é a possuidora e mantedora de toda a fé cristã.

No entanto, devido às dificuldades do pais maternos manterem-se fiéis aos sacramentos da Igreja, o    novo batizado corre o mesmo risco de não se tornar um discípulo, pois ser cristão não basta apenas assumir  este sublime estado de vida sacramental, numa realidade apenas vivida como uma simples opção religiosa.  Jesus constituiu a Igreja e a conformou com a Jerusalém Celeste; ligou a vida da Igreja ao Céu, onde a       mesma possui todos os poderes para ligar e desligar o Céu e a terra. Podemos dizer que a Igreja é o próprio    Céu na terra. Tudo concorre para o bem para todos que assumirem a sua dignidade de filhos de Deus,       onde, fora da Igreja, ninguém poderá reconquistar a sua progenitura divina perdida pelo pecado original.

Aí se manifesta toda a dificuldade para um batizado se tornar um discípulo de Cristo. Ser cristão significa  se tornar em novo Cristo. Passar por todas as suas dificuldades e manter-se fiel a todos os sacramentos       da
Igreja; vivendo-os em sua plenitude, transformando-se em Luz da terra, onde a presença testemunhada  pela    vida do batizado se torna o meio de fazer Jesus se manifestar ao mundo. Portanto, ser cristão não é   apenas   falar de Jesus, da sua obra de salvação ou das suas histórias, mas fazer da própria vida a própria    presença    viva de Jesus. Não existe outra lógica para ser cristão: é fazendo da sua vida, uma nova vida em Cristo,   em
todas as situações da vida.

Peçamos a Deus libertador que nos ilumine e nos tire da conformação com o mundo, pois necessitamos  nos
conformar com Jesus e sua Divindade.
Mãe do Bom Conselho, rogai por nós!


Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas




         








FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA


A fé nos reveste da graça de Deus

Mensagem do missionário Márcio Mendes, no programa "Sorrindo pra Vida" da TV Canção Nova, desta segunda-feira, dia 24 de setembro de 2012.




Você também encontra o áudio completo do programa "Sorrindo pra Vida" na
Loja Canção Nova e também pelo telefone  (12) 3186-2600.
Ao ir para a página do Podcast 'Sorrindo pra Vida', você encontrará o áudio dos programas anteriores. Abaixo de cada um deles, há uma seta; ao clicar nela, você conseguirá baixar o arquivo em MP3.
A Palavra meditada, hoje, está em São Lucas 22,31-34: “Simão, Simão! Satanás pediu permissão para peneirar-vos, como se faz com o trigo. Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos”. Simão disse: “Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e à morte!” Jesus, porém, respondeu: “Pedro, eu te digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes negarás que me conheces”.
"No momento da luta mais violenta, Jesus entrará na sua frente e o defenderá", afirma Márcio.
Foto: Wesley Almeida


Nós lhe consagramos, Senhor, esses dias que estão por vir, a fim de que nenhum mal nos atinja; colocamo-nos debaixo de Sua proteção. Que o Espírito Santo nos liberte de todo mal e nos proteja de qualquer tipo de desgraça. Que o Senhor feche o nosso coração contra todo medo e todo desespero, enchendo-nos com a Sua alegria, coragem e força, porque sabemos que a Sua vontade é o melhor para nós.

Quem é que nunca passou pela mesma situação de Pedro? Mesmo que o Senhor conheça nossos pecados, nossa traição, nossa negação, Ele sempre nos protegerá. Ele é nosso protetor e intercessor. Ele é bom.

Deus se antecipou à negação de Pedro e disse: “Eu sei que você vai fraquejar, mas não se desespere, porque eu orei para que a sua fé não desfaleça.”

Essa Palavra é direcionada a todos que foram e estão sendo combatidos, que estão travando uma batalha dentro de si; ora contra pessoas, ora contra as mentalidades do mundo. Um exemplo é quando a pessoa se põe a rezar, mas, no meio da oração, sofre com distrações e perturbações que, em outros momentos, não acontecem. Outro exemplo é quando a pessoa sofre um combate seguido de outro, seja uma doença, um problema financeiro, uma tristeza.

São lutas que querem nos fazer desanimar. É o inimigo mortal de Deus maquinando contra todos nós. Satanás trava uma guerra contra Deus em cima de nós. “Ó céus, alegrai-vos, porque o maligno foi expulso, mas terra e mares, cuidado, porque ele vem furioso para lhes atacar.”

Como o maligno não pode atacar o Senhor, ele vem furioso contra nós, que somos amados por Ele. Deus, nessa história, é o nosso defensor, é quem entra na nossa frente para nos proteger. Ele é o nosso intercessor, é bondoso e misericordioso, mas enquanto vivermos nesse mundo, satanás vai reclamar diante de Deus a permissão para nos "peneirar", assim como fez com Pedro.

O Livro de Jó conta tudo isso. Na vida, nós passaremos por peneiras, por crises e, quando isso acontecer, o que é bom vai se sobressair e o que é ruim vai embora. A tentação sempre virá para nos derrubar, mas Deus sempre intercederá e tirará um bem desse mal que quer nos atingir. Ele aproveita que o mal está ali para nos purificar.

A maior certeza que você pode ter, nesse momento, é que o Senhor está com você agora e não importa quanto tempo a crise vai durar. Ele vai permanecer com você e vai fazê-lo vencer essa peneira.

Todos nós passaremos por isso. São dores, sofrimentos, conflitos internos, doenças, mágoas, perdas e a falta de fé que vão desanimando. Parece que, nesses momentos, tudo está contra nós. Nós nos sentimos exaustos e sozinhos, com vontade de desistir.

Não pense que isso é anormal, que a sua fé é pequena e que Jesus está contra você. Nem Pedro foi poupado! Você está sendo peneirado nessa crise. Poupá-lo, nesse momento, seria impedir você de crescer.

Lembre-se de que você não está desamparado, pois Deus está contigo. O Senhor pega as forças d'Ele e as torna sua, para que você possa vencer o que, até o momento, era mais forte do que você. Os momentos de crise são perfeitos para Deus curar nossas feridas.

A hora do sofrimento é a hora da cura, por isso, depois de um sofrimento, a pessoa ressurge mais forte e madura, porque ela recebeu um milagre durante o seu tempo de provação. Passar por esse momento é sofrido, mas o que nos consola é saber que vamos passar assistidos por Deus. Durante todo esse processo, Ele vai trabalhar em nosso coração para que fiquemos melhores.

Para Pedro foi fácil falar que estaria ao lado de Jesus, mas, na hora em que a coisa apertou, ele O negou; embora tivesse sido avisado. Nas horas fáceis, nós dizemos que estamos com Jesus, mas, nos momentos difíceis, nós O questionamos: “por que isso está acontecendo comigo?", "o que eu fiz de errado?", "preciso de um alívio para minha dor, Senhor.” Daí, Jesus vem e coloca a mão sobre nosso coração e nos diz: “Eu orei por você para que sua fé não desfaleça.”

A única coisa que você precisa, nesse momento, é não perder a fé. No momento da luta mais violenta, Jesus entrará na sua frente e o defenderá.

Que a sua fé, nessa manhã, não desfaleça. Tenha ânimo, coragem, não desanime agora, porque Jesus precisa que você resista. A tentação quer que você desista da fé, porque é por ela que você conquistará as vitórias de Deus em sua vida. Mantenha a sua fé viva; se é o bem que você busca, Deus estará com você sempre.

Para vencer uma crise é preciso acreditar. O Senhor não deixa sem resposta aquele que acredita. A nossa fé honra a Deus e faz com que os outros também acreditem nela. Agora é hora de ficarmos firmes e pedirmos ao Pai essa graça. Que essa Palavra recaia sobre nossos corações e que ela seja uma bênção em nossas vidas.
Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova

Transcrição e adaptação: Débora Ferreira
Assista a uma parte do programa


Veja mais:

FONTE: Canção Nova

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                                             


                                              A IGREJA COMEÇA NA FAMÍLIA  



                                                  A família é o Santuário de Deus


                             Quando se fala em família, não tem como pensar em outra coisa que não seja: esposo esposa e filhos. Em muitos casos, os casais não conseguem ter filhos, mas não deixa de ser família, no entanto, podem fazer adoção e se tornarem uma família ainda mais completa.
A instituição família foi criada por Deus logo no início dos tempos. Já no princípio, logo após a consumação do pecado, Deus iniciou em Adão e Eva a povoação do mundo, começando por Caim e Abel. Em todas as épocas, pais e filhos foram encontrando a melhor maneira para se viver, de se relacionarem e de se tornarem vias de Amor pelo mundo. Conscientemente, sabemos que em todos os tempos a sociedade sempre foi constituída com pessoas que pertencem a uma família. Por onde andamos, todas as pessoas que vemos são oriundos de uma família. Portanto, uma sociedade vive com quem convive bem ou mal em sua casa.

Quer conhecer alguém? Quer saber realmente como é aquela pessoa que você quer namorar, ser amigo(a)? Perceba como ela vive dentro de sua casa com a sua família! Cada família tem seus problemas, suas dificuldades, suas fraquezas. Cada família passa por diversas situações durante a sua caminhada pela vida. É assim para toda a família constituída neste mundo. Entre tantas e tantas diversidades de raças, credos, culturas, tempos e lugares, as dificuldades são e sempre foram as mesmas. Porém, existem dois aspectos fundamentais para uma família perder todo o sentido de uma verdadeira família, que são: a ruptura do casamento (divórcio) e onde a família deposita a sua fé e esperança.

O mundo sempre tenta desfazer a ordem natural de uma família, oferecendo opções que não possui aliança com Deus, onde está fundamentada a aliança eterna com pais e filhos, esses saindo para se casarem, e marido e mulher separando-se somente em caso de morte de um dos dois. Mas, nos tempos atuais isso tem se tornado um fato normal. O que se vê hoje em todo o mundo, é a família sendo desagregada de Deus, onde homens e mulheres deixaram de desejar uma aliança eterna com Deus, e o casamento tem se tornado apenas uma experiência de viverem juntos, caso esta experiência não for do agrado dos dois, separam-se e cada um vai fazer uma nova tentativa com outra pessoa. Assim tem sido a nova família nesse tempo.

Os filhos estão sendo criados sem nenhuma referência familiar. Para os jovens de hoje, amigos que ainda têm pai e mãe de um só casamento são anormais. Raramente se vêem jovens que ainda possuem pais casados. Também existem casais de segunda união, terceira união, bem como aqueles casais que nem quiseram assumir compromissos religiosos e/ou civis. Os filhos desses casamentos possuirão maiores dificuldades para se relacionarem com a sociedade. Esses aprenderão que a vida verdadeira é aquela que precisam levar vantagem como se a vida fosse uma disputa, e para isso, precisam eliminar do seu convívio as pessoas como se fossem concorrentes, entre essas, até pessoas da própria família.

Ainda existem famílias verdadeiramente constituídas entre os esposos, esses unidos pelo Sacramento do Matrimônio; porém, diante das dificuldades inerentes aos tempos atuais, essas famílias acabam se tornando apenas uma fachada de família, pois não fincam suas raízes em Cristo Jesus. Uma família que se diz cristã católica mas não coloca em prática a sua fé, torna-se uma testemunha negativa da Igreja, onde a Luz de Jesus fica ofuscada pelo modo de vida dos seus seguidores.

Em um dos seus encontros com uma multidão que O seguia, alguém chegou em Jesus e disse que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora da casa e queriam Lhe falar. Nisso, Jesus lhe respondeu: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Em seguida, estendeu suas mãos para os discípulos e acrescentou: "Eis minha mãe e meus irmãos, pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe." (Mt 12, 46-49)
Podemos concluir o que Jesus quis dizer, pois para se tornar real aquilo que dizemos ser, precisamos colocar em prática a vontade de Deus. Não basta apenas dizer que é católico. A vontade de Deus é ver a família sendo uma verdadeira Igreja, onde os frutos serão vida de santidade. A santidade de vida é a única forma de fazer Jesus acontecer neste mundo, e a Igreja existe, foi criada por Jesus para santificar. Portanto, a família existe para santificar seus membros, cuja vida é para a honra e glória de Deus, não dos homens.

Vamos pedir para a Virgem Maria nos ensinar a fazer a vontade do Pai e nos tornar como a Família de Nazaré. Vamos pedir a Jesus que nos ensine a ser filhos obedientes e nos tornar filhos de Deus.

Deus seja louvado e adorado!


Carlos A. Batista






                           


                         



                         



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                               


                                 ONDE ESTAMOS DEPOSITANDO A NOSSA ESPERANÇA?



                                               A Fé, a Esperança e o Amor (1 Cor 13, 13)




                            Quando me veio em mente partilhar aqui no Blog sobre a virtude da"esperança", a princípio  achei que seria necessário mergulhar em algumas páginas da Sagrada Escritura, afim de buscar inspirações para melhor entender e tentar escrever tudo aquilo que fosse possível para o melhor entendimento de quem fosse ler. Porém, uma voz soou dentro de mim dizendo que não podemos entender a esperança, sem inserir em seu contexto a Tríplice Virtude Teologal, que se compreende como sendo: Fé, Esperança e Amor. De acordo com o CIC (Catecismo da Igreja Católica - 1803), "virtude" é uma  disposição habitual e firme para fazer o bem. E para fazer o bem, é-nos necessário fundir as nossas virtudes humanas, tais como: Justiça, Fortaleza, Temperança e Prudência, às Virtudes Teologais, ou seja, as virtudes infundidas por Deus em nós, pois elas nos dispõe a vivermos em conformidade com Deus Uno e Trino.

Quando aquele jovem rico do Evangelho de Mateus procurou Jesus para saber Dele o que seria preciso fazer para possuir a vida eterna, além daquilo que ele já fazia que era cumprir os Mandamentos, Jesus olhou para os seus olhos e com toda a ternura e Amor, percebeu que a esperança daquele rapaz estava fincada neste mundo, pois era nítida a sua intenção e disposição de possuir a vida eterna, mas vivendo neste mundo, afim de nunca parar de gozar as delícias da sua riqueza. Como sabemos, Jesus ofereceu para ele o verdadeiro Caminho e o que ele precisaria fazer. Mas, ao saber desta realidade, em nenhum outro relato dos Evangelhos, se pode ver uma pessoa sair tão triste depois de um encontro pessoal com Jesus. Vale lembrar, que o jovem cumpria rigorosamente os Mandamentos, mas ainda foi pouco em comparação com aquilo que Jesus tinha como "ser perfeito".

Ora, às vezes Jesus parece tornar simples alguns de seus ensinamentos, mas neste caso, foi tremendamente duro com as pretensões deste jovem. Este texto nos dá uma firme pre-disposição para buscarmos numa reflexão mais profunda, o verdadeiro sentido da "esperança". Quando depositamos a nossa esperança para vivermos neste mundo, certamente precisaremos possuir tudo aquilo que nos dê segurança, tipo: família, casa, trabalho, dinheiro, saúde, escola, alimentos, e etc. Isso é natural para todo o povo, em todos os lugares do mundo. No entanto, o jovem rico do Evangelho possuía ainda mais do que precisava, mas não sentia a felicidade de viver, pois sabia que tudo o que possuía não era suficientemente poderoso para lhe dar a eternidade. Ao contrário, para ganhar a eternidade era preciso renunciar a tudo que possuía, e ainda por cima, seguir Jesus com os Seus ideais de vida.

Vamos entrar na lógica de Jesus, pois na lógica puramente humana não conseguiremos penetrar em sua pedagogia divina. A fé desse jovem era uma fé até certo ponto madura, pois o lançou até Jesus, e fez vê-Lo como aquele que poderia lhe indicar o caminho. Essa fé, lhe encheu de esperança, pois Jesus era capaz de lhe mostrar o que precisaria fazer, no entanto, o que lhe fez voltar triste, abatido e derrotado, foi a oferta de Jesus, pois nesta oferta está inserida a mais perfeita de todas as virtudes: o Amor! Esse gesto de largar tudo, renunciar a tudo, abrir mão de tudo, para seguir Jesus é a mais perfeita prova de Amor que podemos dar a Deus. Jesus quis dizer ao jovem, que possuir os bens nesta vida e cumprir as leis e os mandamentos, não garantem a nossa perfeição, que é a vida eterna. Isso quer dizer: Deus não olha o que fazemos da nossa vida, mas com que Amor a vivemos.

O fato de largar tudo para seguir Jesus, não tem somente a conotação de esperar pela eternidade, mas depositar Nele toda a nossa esperança. Confiar plenamente que Nele está tudo, muito mais além do que podemos imaginar. Se tivéssemos que pagar alguma coisa para obter de Jesus aquilo que Ele nos dá de graça, nem ajuntando todas boas ações de todos os benditos deste mundo como se fossem nossas, poderiam pagar. Se passássemos todas as caridades, benefícios, obras, martírios e doações para a nossa conta, como se fosse nós as realizassem, ainda seria ainda irrisório. Jesus quis dizer àquele jovem, que a esperança não tem preço. Quis dizer que a esperança sem fé e muito muito menos sem Amor, nos lança a esperar pelas coisas que não têm vida, mas somente tirar da vida um prazer.

Portanto, entrar na pedagogia do Amor de Jesus é aprender o fundamento da esperança, pois pela fé, seremos capazes de viver antecipadamente, com Jesus em Seu Caminho, a vida eterna aqui neste mundo. Vamos aprender a sermos verdadeiros cristãos, onde a nossa vida será uma forma de anunciar o Reino de Deus, onde os ensinamentos da esperança nunca possuem Jesus como fundamento.

Pedimos ao Deus da fé, da esperança e do Amor, que nos cumulem de força, Luz e coragem para decidirmos, não como o jovem do Evangelho, mas como os Apóstolos, Maria, José e todos aqueles que deixaram seus nomes escritos no Livro da Eternidade, para aceitarmos o chamado de Jesus.

Deus seja louvado e adorado!


Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas

terça-feira, 18 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA


FORMAÇÕES

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A ponte das palavras

Diga palavras que construam os outros
Uma canção popular exalta, em versos muito simples, o valor da palavra: "Palavra não foi feita para dividir ninguém. Palavra é ponte por onde o amor vai e vem…

A alma se exprime pelo corpo, especialmente pela língua. "Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais  por meio de sinais e símbolos materiais. Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros, por meio da linguagem, de gestos e ações" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1146).

Nós falamos, comunicamo-nos uns com os outros de inúmeras maneiras. Quanto não diz, com frequência, um simples olhar, um sorriso levemente esboçado, um silêncio significativo, um gesto de paixão ou um aceno impregnado de afeto! Muitos são os caminhos da linguagem que interligam, em comunhão, alma com alma. Mas a grande ponte que Deus nos deu para nos comunicarmos entre nós - e para nos comunicarmos com Ele - é a palavra: palavra pensada, interior; palavra pronunciada; palavra publicada.

É falando, conversando, escrevendo que estamos a construir, constantemente, pontes de intercomunicação: por elas a nossa alma - a nossa vida! - vai passando e chega até os outros, com toda a sua carga de alegrias e dores, de ódios e amores, de desconcertos e dúvidas, de enganos e desenganos, de perplexidades e certezas, de esperanças e ilusões. É bom pensar no que significam, todos os dias, as nossas palavras. Constroem ou destroem? Enriquecem ou desgastam? Que fazemos 
com a línguadiariamente? Talvez, de súbito, não saibamos responder, mas uma coisa é certa: fazemos muito; de bom ou de mau, mas fazemos muito.

Assista também: "Na plenitude da graça", com o saudoso padre Léo 

Quando as palavras têm raízes no amor, são sempre fecundas. Da abundância do coração fala a boca (Lc 6,45). Muitos corações, torturados pelo erro, pela vergonha ou pelo desespero reergueram-se por uma só palavra (Mt 8,8) de Cristo. Os olhos da mulher adúltera, cerrando-se para não ver as pedras com as quais os fariseus iam esmagá-la, recuperaram a luz perdida e se acenderam com claridades inéditas, mal ela escutou as palavras de perdão e alento de Cristo: "Vai e não peques mais! "(Jo 8,11). Zaqueu, o arrecadador desonesto, sentiu o coração arrebentar-lhe o peito quando Jesus, ao passar junto dele, em vez de lhe espetar um remoque de desprezo, lançou-lhe uma palavra amiga: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa (Lc 19,5). Pedro viu-se como um morto-vivo acabado de desenterrar quando Cristo, com a doçura do perdão na língua, em vez de recriminá-lo pela sua indigna traição, perguntou-lhe: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? (Jo 21,15).

Palavras de compreensão, de perdão, de afeto, de estímulo; palavras que acordam, elevam, iluminam, desvendam erros, apagam dúvidas, apontam rumos; palavras de amor, compaixão e confiança, palavras-dom… Se quiséssemos, a nossa vida inteira, cada um dos nossos dias, poderia ser uma contínua chuva de palavras fecundas, capazes de suscitar vida, sem provocar tristezas nem ira, nem ódio. Não há uma única situação, agradável ou constrangedora; não há uma só pessoa, neste mundo, que não possa fazer surgir, do bom tesouro do coração (cf Lc 6,45) que verdadeiramente ama, uma palavra construtiva.

Já imaginamos o que seria a nossa vida se, em cada instante, fôssemos capazes de proferir a palavra acertada, toda ela impregnada de sinceridade e amor, sem sombra de malignidade, irritação, rancor, orgulho, rudeza ou desprezo? Não há dúvida de que, além de nos tornarmos a alegria de Deus, seríamos a felicidade dos homens. Já pensamos no que seria a “utopia” de um mundo em que as palavras faladas, emitidas ou impressas, fossem apenas veículo da verdade e da caridade? Se a nossa fantasia tivesse um mínimo de asas, perceberíamos que esse mundo admiravelmente novo seria o próprio céu, pois não há um só mal no mundo que, de alguma maneira, não esteja fundido com a maldade das palavras.

Esse “admirável mundo novo” não existe, e toca a cada um de nós examinar a parte com que contribuímos para a sinfonia amorosa ou para a dança macabra das palavras.

Façamos esse exame com sinceridade na presença de Deus. Pensemos que nosso Senhor, como Médico Divino, poderia nos dizer o que, às vezes, os médicos humanos nos dizem: "Mostra-me a língua! E eu te farei ver teu coração, porque as tuas palavras - com as suas mil tonalidades, cargas, intenções e acentos - são um retrato falado do teu coração: dos teus sentimentos mais íntimos, das tuas purezas e sujidades, dos teus tesouros espirituais e das tuas carências lastimáveis. Não esqueças nunca que a boca fala daquilo de que o coração está cheio" (cf Lc 6,45).
Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/

FONTE: Canção Nova

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                                         


                                                  QUAL É A VERDADEIRA RELIGIÃO?

 
 Quem não conhece a Deus não conhece a si mesmo e não consegue viver plenamente a sua humanidade


                                  "O homem só vive uma vida plenamente humana se viver plenamente a sua relação com Deus." Esta frase resume com autoridade o caminho que a Igreja Católica abre para que todos os homens conheçam a sua própria identidade. Sim! O homem só conhecerá a si mesmo quando viver a plenitude da sua humanidade. Também, nesta mesma linha de pensamento, a Igreja define que todo o homem é, por natureza, um ser religioso, pois provém de Deus e para Ele caminha. (CIC 44)
Portanto, em toda a história da humanidade, sabemos que nem todos os homens se abriram para conhecer-se a si mesmo através do sobre natural, mas dando-se o direito de caminhar pela vida ancorado sobre a sua cultura, tradições,  própria inteligência e sobre a sua capacidade de compreender as múltiplas etapas e situações da sua vida. Podemos dizer que o homem fechado a si mesmo não terá um horizonte para mergulhar, mas somente uma visão limitada pela sua humanidade ferida.

O homem voltado para si mesmo, tende acreditar em tudo, menos em Deus. Deus passa a ser um inimigo, pois em sua visão aparente e material, não cabe nada que seja sobrenatural que possa mudar suas práticas de pensamentos. Mas, este homem caminhará sobre as suas ideias sem convencer-se a si mesmo e muito menos a outrem, pois nele está inscrito que somente em Seu Criador poderá conhecer-se a si mesmo e viver a plenitude da sua humanidade. Se o homem não foi criado por sua força e vontade, algo se esconde em sua origem, pois cada coisa criada tem o seu criador. Nada é criado por acaso. Nada vem do nada! Tudo que existe tem a mão e o desejo de alguém. Todos os animais irracionais existentes na terra, vivem a plenitude da sua natureza, mesmo não conhecendo quem os criou, pois o animal irracional não é semelhante a Deus.  Porém, ao homem, Deus criou com um Amor diferente, pois Ele quis que os homens conhecessem o Seu Criador. Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Portanto, ao homem Deus inseriu um desejo.

"E o homem deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens, mas não encontrou uma auxiliar que lhe correspondesse". (Gn 2,20) Neste texto da Sagrada Escritura, tirado do Livro de Gênesis, podemos perceber que o homem reconheceu que a sua natureza era completamente diferente de todas as outras criaturas. Ele sentiu-se sozinho, pois não encontrou quem pudesse lhe corresponder, ou seja, responder às suas necessidades humanas. Co-responder: responder com a mesma inteligência, voz, sorriso, afetos, etc. O homem viu-se sozinho num mundo repleto de criaturas. Assim é o homem sem Deus. Sem Deus, o homem não tem como refletir a Luz da esperança, mas somente viver a limitação da sua humanidade, num mundo onde todos os outros serão apenas os outros.

O homem sem Deus é sozinho, não uma solidão vazia de gente, mas como esse primeiro homem criado, que não via ninguém capaz de lhe corresponder, a não ser alguém que vivesse o mesmo instinto. Por isso, o ateu, aquele que não acredita em Deus, tem em seu universo apenas quem fala a sua língua, ou seja, um ateu, pois a sua limitação o impede de conviver com todas as pessoas. Um homem sem Deus foge do mundo e se refugia em si mesmo. Se na vida com Deus a felicidade é tão difícil de ser vivida, sem Deus ela é inimaginável, pois não se conhece um caminho para buscar a felicidade. A felicidade se torna uma busca frenética pelo prazer de ter e de viver. Os outros se tornam apenas um indivíduos no meio de uma multidão. O homem sem Deus não conhece a sua e nem a dignidade de quem quer que seja. Torna-se deus de si mesmo e a sua vida não é referência para ninguém.

Então, onde poderemos encontrar quem ensina a verdadeira religião? Essa resposta teremos que descobrir em quem revela quem somos, de onde viemos e para onde iremos, pois percebemos que precisamos viver a nossa perfeita humanidade para podermos conhecer o nosso Criador. Em primeiro lugar, precisamos nos convencer de que não somos nosso próprio deus. Precisamos entender que temos um Deus que nos criou e cuida de nós. Esse Deus não pode estar longe e precisa estar totalmente aos cuidados de cada um dos homens deste mundo, pois um Deus que cria precisa, necessariamente, cuidar da sua criatura.

Se a Igreja Católica Apostólica Romana revelou que somos seres totalmente religiosos, podemos acreditar que esta Igreja possui todos os elementos capazes de nos revelar quem somos. No entanto, precisamos mostrar a Deus que estamos neste mundo sentindo-nos sozinhos, sem alguém que nos correspondam conforme as nossas necessidades. Por isso, de agora em diante rejeitemos tudo aquilo que nos impedem de encontrar quem nos auxilie e se torne, verdadeiramente, quem nos revele quem somos e para aonde vamos.

Peçamos a Deus criador que abra os nossos olhos, nossos ouvidos e nossos corações, afim de percebermos todas as suas manifestações e revelações.


Louvado e adorado seja Deus!


Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas











                             

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


       

        FAMÍLIA CRISTÃ É AQUELA QUE NÃO TRATA JESUS APENAS COMO VISITANTE
     

 "Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas casa não desabou, porque estava
   construída sobre a rocha." (Mt 7, 25)


                         Este texto Evangélico é mais uma das parábolas usadas por Jesus afim de anunciar o Reino dos Céus. Trata-se de uma opção, onde construir uma casa seja a referência para dar fundamento à nossa fé e à nossa esperança. Como sempre, a sabedoria divina revela nos detalhes aquilo que é determinante para, no Caminho, o fundamento, ou seja, a casa, seja capaz de suportar todos os obstáculos, sofrimentos e dificuldades, aqui retratadas pelas enchentes. Jesus nunca enganou quem quer que seja em seus ensinamentos e testemunho de vida. Jesus vivia aquilo que ensina e pregava, por isso, nenhum dos discípulos, e também toda a multidão que O seguiam, poderiam tentar caminhar pelas vias do mais fácil, pois, construir a casa sobre a rocha, significa colocar Jesus como fundamento, como base. Jesus é a mais perfeita referência, seja para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos; todos esses membros naturais de uma família.
No entanto, às vezes tentamos construir a nossa família sob a Luz do altíssimo, mas isso acaba sendo ainda mais difícil do que imaginamos, pois a  tarefa fica restrita a um ou a outro membro da família.

Portanto, a construção da casa sobre a rocha precisa a ser construída no início, onde começa a ser constituída uma família, ou seja, no caminho do namoro. É no namoro que começa uma família, pois é dele que sai o casal para se tornarem marido e mulher. 
José era um homem totalmente temente a Deus. Vivia na mais perfeita harmonia com o Criador, mesmo diante das dificuldades inerentes da época, mas a sua a fidelidade tornou-se conhecida nas páginas Evangélicas. O mesmo podemos dizer da jovem Maria, pois ela vivia todos os valores Evangélicos em sua vida, pois, mesmo sem ela saber,  Deus Pai já tinha lhe preparado a missão de dar a Luz ao Salvador. Como podemos perceber, a casa começa a ser construída bem antes do casamento. Assim, transformar o caminho do namoro numa fonte de vida nova, é a primeira necessidade de um casal que namora. 

Construir a casa sobre a rocha exige decisão. Literalmente, estabelecer a construção de uma casa sobre a rocha, exige esforços infinitamente maiores do que construir uma casa sobre a areia. Os instrumentos necessários para fundação precisam ser de materiais resistentes e capazes de perfurar pedras, bem como, a força, a perseverança e o suor precisam ser contínuos e renovados;  ao contrário da areia, esta necessita usar apenas das mãos e pequenas ferramentas. O que fazer? Escolher pelo mais fácil e perder a segurança, ou escolher o mais difícil, porém, viver sob a certeza de que esta casa jamais desabará?

Amor é decisão! Quando decidimos pelo convite de Jesus que nos chama a descobrir Nele mesmo a nossa vida, decidimos pelo Amor, pois "Deus é Amor" (1 Jo 4, 16b). Decidir construir a casa sobre a rocha é colocar toda a nossa esperança e toda a nossa confiança no caminho oferecido por Jesus. É construir a nossa história em suas pegadas, e nelas colocar os nossos esforços diários. Buscar atalhos; desviar do caminho oferecido; buscar realizações pessoais, onde nada se assemelha com a vontade de Deus; aceitar passivamente as nossas fraquezas e não travar uma luta constante contra o pecado e ainda, não reconhecermos de que somos incapazes de sustentar a nossa casa sozinhos, são alguns dos ingredientes nocivos para vivermos sob a rocha firme. Porém, esse não é o desejo de Deus e nem o desejo que Ele inseriu dentro de nós, pois o desejo Dele é que sejamos fortes, firmes e inabaláveis, pois Ele sabe que nesta vida precisamos conquistar o direito do céu. E para conquistar o céu a casa precisa estar firme, pois a casa somos nós!

Que a Virgem Maria, acompanhada pela santidade e fidelidade de José, nos ensinem e nos eduquem para fazermos da nossa vida, uma vida de luta espiritual, onde a força de Deus vai tornar a nossa casa firme e forte para suportar todas as investidas que vierem para nos derrubar.

Louvado e adorado seja Deus!

Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas

domingo, 16 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                                   


                                     LOUCURA DA CRUZ - MENSAGEM DE ESPERANÇA



                                           O fiel é aquele que segue Jesus no caminho da cruz


                     Apesar de professarmos a nossa fé em todas as Celebrações Eucarísticas dos domingos, festas,  e também em alguns encontros religiosos e orações, bem como em nossas comunidades cristãs de que somos fiéis à Igreja Católica Apostólica Romana, a cruz de Cristo continua a ser para muitos, até hoje, "loucura" e "escândalo". O que Jesus ensina aos discípulos sobre toda a sua missão, encontra um eco de rejeição no coração de Pedro e uma loucura no coração dos demais discípulos. De diversos modos e maneiras, Jesus ensina aos discípulos que a sua missão se concretizará plenamente,  passando pelo sofrimento da cruz, e isso se torna o maior desafio para fazê-los entender, pois não se trata de entender com a pedagogia humana, mas pela pedagogia do Espírito. Através dos seus encontros pessoais com os discípulos, principalmente com Pedro, Tiago e João, Jesus  nos dá a certeza de que entender a pedagogia da cruz não se trata de algo que vem da nossa capacidade puramente humana, mas de uma profunda revelação divina. Pedro não responde por si mesmo àquela pergunta, a princípio dirigida a todos os discípulos: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Mc 8, 29) com as suas próprias palavras, seu entendimento, ou mesmo por ter tido uma alguma experiência com a pessoa divina de Jesus, mas o próprio Deus que o revela para que pudesse responder.

Diante disso, podemos perceber que não adianta apenas repetir com palavras quem é Jesus. Podemos perceber que não podemos conhecer Jesus apenas com a sua aparência, apenas em saber da sua missão, do seu projeto,  e daquilo que Ele realizou. Não se conhece Jesus apenas caminhando com Ele, como fizeram todos os discípulos, mas participando ativamente do seu projeto de salvação, carregando a sua cruz.
Jesus se deixa encontrar por todos aqueles que responde com disponibilidade o seu chamado, mas não se manifesta àqueles que desejam apenas receber Dele os seus benefícios, os seus favores. Claro, Jesus nunca deixa de atender às necessidade de quem quer que seja, mas o desejo de Deus é que todos tenham vida em abundância, porém, dando a própria vida, assim, como deu Jesus a Dele.

Entender a cruz é viver no caminho da cruz. É fazer o caminho de Jesus na cruz. Não se trata de viver como cristão, apenas desejando os benefícios da salvação, tentando meios e estratégias que não se identificam com as vias da cruz. Não! O fiel cristão precisa viver Jesus em sua radicalidade Evangélica. Por isso, precisamos estar dispostos a aceitar Jesus como Cristo, como Filho de Deus, como o enviado do Pai, porém, com a lógica do Espírito e não com a lógica da carne. Do contrário, o Cristo do Calvário permanecerá um mistério para nós. Deus não deseja nenhum sofrimento para o cristão, assim como não desejou para Seu Filho,  mas para podermos entender, conhecer, experimentar, viver, anunciar e revelar Jesus ao mundo. Esta é a lógica do Espírito, pois desejar algo menos do que isso para podermos professar a nossa fé com a dignidade de filhos de Deus, é fazer como Pedro na sua humanidade , onde a sua resposta pessoal foi para Jesus uma manifestação de satanás e não de Deus.

Portanto, cabe a cada um de nós professarmos a nossa fé na certeza de que responder com clareza a nossa vocação de filhos de Deus, é unir todos os nossos esforços cotidianos para caminhar com Cristo e a sua bendita cruz, pois somente assim estaremos revelando ao mundo e às pessoas que o peso da cruz é insuportável e não entendida quando nos baseamos em nossa própria inteligência e entendimento, mas plenamente em comunhão com o Espírito Santo nos doado pelo próprio autor da fé: Jesus da Cruz!

Que Deus Pai nos ensine e nos capacite para bem carregarmos a cruz da vida!

Louvado e adorado seja Deus!

Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA


FORMAÇÕES

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Com Deus tem jeito!

Jovem, reconheça a queda e levante a cabeça
Quero lhe falar de uma história real. Trata-se da vida de um jovem que, aos 25 anos de idade, não tinha mais nenhuma perspectiva, não conseguia ver esperança, era só um vazio existencial.

Os dias iam passando e o desespero aumentava no coração dele por não avistar uma saída. A entrada para o mercado de trabalho lhe parecia muito difícil, Sem faculdade e sem currículo, quem o contrataria e quanto ganharia? Pois quem ganha bem é quem tem um excelente currículo e uma boa formação acadêmica, pensava este jovem. Casar-se e formar família também era complexo, já que não conseguia dirigir sua própria vida; então, não conseguia mirar uma vida de fidelidade a partir de uma única mulher. Outro ponto se tornava mais distante ainda: ter filhos e dar a eles uma educação moral e cristã.

Situações que resultavam numa conclusão: sem perspectiva profissional e sem perspectiva de ser bom esposo e bom pai. Além desses fatos, tinha jogado fora todas as oportunidades que estiveram em suas mãos, uma delas a carreira profissional de jogador de futebol de salão. O mais complicado para este jovem era achar que não tinha mais jeito de dar a volta por cima, não existia esperança em sair do caos.

Não sei a sua idade nem quais são as suas perdas. Só sei de uma coisa: em meio a uma situação de desesperança, é hora de tomar cuidado para não perder os valores da alegria e da esperança.

Assista: "Jovem seja firme e corajoso", com o saudoso padre Léo, scj

Há uma música que diz: “reconhece a queda e não desanima; levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Jovem, é preciso reconhecer a queda, reconhecer a perda, reconhecer-se pequeno, mas não desanimar. É preciso ter consciência de que para levantar e dar a volta por cima é preciso o auxílio do Alto, do Céu. Levante a cabeça, acredite, é possível começar um tempo novo! Levantar-se sem Deus é arriscado e levantar-se com Ele é humildade.

“A alegria do coração é a vida da pessoa, tesouro inesgotável de santidade, a alegria da pessoa prolonga-lhe a vida. Tem compreensão contigo mesmo e consola teu coração; afugenta para longe de ti a tristeza. A tristeza matou a muitos e não traz proveito algum.” (Eclo 30,23-25).

Essa passagem bíblica nos apresenta um valor que deve ser cultivado: a alegria. Jovem, não deixe que nenhuma perda lhe roube a alegria. Somente a perda de Jesus é que deve nos questionar, pois Ele diz: “sem mim, nada podeis fazer”. Viver a vida sem Cristo é perder a esperança de dias melhores.
 
Jesus é o seu amigo e está junto de você nestes momentos tão difíceis. Ele é o único que não pode se fazer presente na sua lista de perdas. “Eu vos chamo amigos” (Jo 15, 15). O lindo desafio para este dia é virar a folha e começar a escrever um tempo novo. Coloque, no início dessa folha, “Jesus é meu amigo” e isso me basta para dar a volta por cima.

Este jovem, hoje, tem 43 anos de idade, é casado há 15 anos e tem três filhos. Este jovem sou eu! Hoje sou “semeador de alegria e esperança” e aprendiz em descobrir valor em meio às perdas. Não me canso de repetir: “Com Deus tem jeito!”
Cleto Coelho
http://blog.cancaonova.com/temjeito
FONTE: Canção Nova

terça-feira, 11 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                         

                              PORQUE RECLAMAMOS TANTO E POR QUALQUER COISA?



                                    "Será que existe alguma dor igual à minha dor?  (Lm 1, 12b)



                 Iniciamos a nossa partilha com essa passagem bíblica tirada do Livro das Lamentações, cujo conteúdo contém poemas de luto em torno das devastações e destruição do Templo por Nabucodonosor, rei da Babilônia, em 586 aC. No entanto, o nosso tema não se trata de "lamentações", mas "reclamações", ou pode ser também, "murmurações". Sem necessidade de recorrer ao dicionário, podemos perceber que existe uma proximidade entre o sentido das situações acima citadas. Murmurar tem a ver com reclamar, e lamentar provém de expressar o sentimento por algo acontecido ou vivido.

Em se tratando de "reclamar", podemos dizer que somos especialistas nisso, pois é nosso costume reclamar de tudo e por qualquer coisa, às vezes, por simplesmente gostar de reclamar. A nossa necessidade de expressar nosso mau humor, vem sempre acompanhada de uma reclamação. Reclamamos de tudo: do calor; do frio; da chuva; do sono; da fome; da sede; do café sem doce, ou adoçado demais; das filas; na derrota e até na vitória; do juiz de futebol; do vizinho; da missa mais longa; do irmão ou da irmã que não faz nada; da mãe que exige; do pai que não se faz presente; do trabalho e do patrão; do presente que ganhamos ou deixamos de ganhar; do cabelo atrapalhado, ou de um fio fora do lugar; da roupa que não temos; do sapato que não combinou com a roupa; do namorado ou namorada que atrasou, ou até adiantou,  enfim, somos reclamantes por natureza. Se não temos o que falar, buscamos em alguma coisa motivos para reclamar!

Em várias situações na história do povo de Deus, podemos encontrar elementos suficientes para partilharmos por vários e vários dias, como Ele responde aos reclamantes e murmuradores.  Vamos perceber que a murmuração e/ou reclamação fere terrivelmente o coração de Deus, pois Ele nunca abandonou seu povo e sempre o tratou e o protegeu como a galinha que protege seus pintinhos debaixo de suas asas. Quando reclamamos do sol quente, nos esquecemos que ele é um elemento natural criado por Deus, com a temperatura ideal para cada região, bem como para as situações climáticas do ano. Portanto, se reclamamos de algo próprio da natureza, muito mais vamos reclamar das coisas cotidianas. Desde já, podemos perceber que "reclamar e murmurar", não vem de Deus.

Quando um cristão declara com naturalidade a sua insatisfação com alguma coisa ou pessoa, transformando-a em murmuração e/ou  reclamação, certamente estará desfigurando a nossa imagem e semelhança com Deus. A Sagrada Escritura nos remete a um esforço natural e humano afim de louvarmos a Deus em qualquer situação da nossa vida. Os cânticos dos autores sagrados, são um doce louvor a Deus, pois cantar louvores a Deus é dar-Lhe o reconhecimento da nossa alegria de tê-Lo como Pai e Criador, presente e atuante em cada instante da nossa vida. Paulo e Silas ao serem presos por se declararem cristãos e agirem como tal, nos dão uma verdadeira lição de como agir nas piores situações da nossa vida: "Oravam e cantava hinos a Deus" (Cef. At 16, 22ss). Esse gesto foi muito mais além do que apenas louvar, adorar e cantar hinos, pois aconteceram fatos históricos de cura, libertação e conversão de famílias. O que queremos dizer? Ao fazer da nossa vida um perfeito louvor a Deus, em qualquer situação em que estamos vivendo, estaremos não apenas louvando, mas fazendo Deus acontecer na vida de todos que estão ao nosso redor.

É lamentável perceber que ainda não participamos da Natureza Divina, pois em comunhão com Ela, seríamos capazes de buscar Nela mesmo, os nossos ideais cristãos. Não percebemos em nenhum texto da Sagrada Escritura, alguma coisa ou fato que tenha Maria, José e Jesus reclamado ou murmurado, mesmo naqueles momentos dos mais duros e pesados sofrimentos. Jesus na cruz, nos dá uma aula de como vencer a tentação da murmuração ou da reclamação. Claro, como ser humano sentiu dores inimagináveis e até lamentou ao Pai o porque daquele abandono. Mas, em nenhum momento reclamou ou murmurou.

Portanto, vamos dar verdadeiro sentido em nossa vida, pois a reclamação e a murmuração nos afasta da Graça de Deus. Ao invés de reclamar, prostremo-nos diante de Jesus na Cruz, pois com Ele vamos aprender que o nosso sofrimento jamais chegará perto daquele que Ele sofreu, e ainda sofre com as nossa tibieza e desinteresse em Sua Palavra.

Deus seja louvado e adorado!

Carlos A. Batista - Comunidade Pedras Vivas

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

FORMAÇÃO - DESTRAVE - CN


ATALHO, CAMINHO DO INIMIGO

ARTIGOS

Conteúdo enviado pelo internauta Rodrigo Stankevicz
Jesus, sempre quando nos convida a caminhar em Sua intimidade de Amigo, nos oferece o caminho longo, integral, porém, cheio de alegria plena e convicção da meta a ser alcançada. Observemos o que Ele disse a Seus discípulos: “Quem quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16,24). Percebemos que o Senhor nunca nos ilude com uma vida fácil, mas, como um bom Amigo, nos apresenta a verdade da vida verdadeira.
Neste santo itinerário, devemos nos despojar de nossas seguranças, pois temos Deus como penhor da esperança para ser colocado, em primeiro lugar, em todos nossos empreendimentos.
A poetisa goiana Cora Carolina nos ajuda a compreender este sentido da caminhada: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” Embora seja desafiante a proposta do Filho de Deus, difícil não é iniciar a caminhada junto d’Ele, mas está, justamente, na perseverança, pois, a cada passo dado, o peso da cruz se faz sentir, os desejos descabidos incitam a concupiscência. Então, é hora de olhar fixo para o Senhor e seguir adiante, sem receios da escuridão, pois quanto mais avança a noite, mais próximos estamos da aurora.
Assim, deste o momento da escuta, até a perseverança na caminhada, precisamos pautar nossos corações nesta convicta decisão, pois tudo é uma grande adesão Àquele que cumpriu perfeitamente o que lhe foi proposto pelo Pai. Desta maneira, servir não é mais um peso, mas se torna um privilégio diante da grandiosidade do Senhor que convoca. A decisão de prosseguir, na longa estrada da vida, faz-nos deixar os atalhos da facilidade e abraçar o caminho integral, ornado de altos ideais. Estes atalhos foram criados pelo inimigo da cruz de Cristo, pois neles encontramos um caminho suave, sem muitas dificuldades, repletos de prazeres, desordem e rebelião.
“A decisão de prosseguir, na longa estrada da vida, faz-nos deixar os atalhos da facilidade e abraçar o caminho integral”
Os atalhos conduzem à superficialidade; quem aderiu a eles, optou por não se aventurar nem adquirir a sapiência vinda da experiência de vida; preferiu queimar etapas importantes para ficar estagnado na comodidade. Neste caminho de atalhos, não há lugar para correções, obediência, prudência, castidade, etc. Estas qualidades são próprias daqueles que aceitam peregrinar na companhia de Jesus. Caíram muito, contudo levantaram imediatamente, não se deixaram enganar pela semente daninha semeada pelo inimigo na estrada do bom samaritano.
Interessante que os atalhos criam uma falsa ilusão de caminho percorrido, de vitória e conquista. Ao contrário do caminho árduo, eles estão cheios de emboscadas do inimigo. Um detalhe importante é que, nas trevas gerada pelo atalho, nada se enxerga. Um feixe de luz é o suficiente para causar espanto e medo, pois o oculto pode se revelar; a mentira, de uma vida de aparências, pode eclodir; a trapaça oculta pode ser revelada; a corrupção, o furto, a vida fácil podem desmoronar, o suborno pode vir à tona, etc. Suas consequências são surpresas más. Quem trilha este caminho acaba se frustrando facilmente e levando uma vida sem rumo e sem sentido.
Se você se decidiu pelo atalho, ainda há tempo de voltar e percorrer a via amorosa de Cristo, pois com o Senhor sempre há chance e novas possibilidades, sempre há um novo caminho em Seu amor. Se você, alguma vez, experimentou o caminho mais curto, arrependa-se e não olhe para trás. Caso esteja, no meio do caminho fácil, volte e permaneça no caminho estreito.
Os bons discípulos ouvem a palavra do Bom Pastor e as coloca em prática, pois sabem que Jesus Cristo não promete uma via branda; pelo contrário, propõe uma avenida de sacrifício, contudo, repleta de felicidade plena, a qual não nos decepciona quanto ao prêmio que, na eternidade, conquistaremos. Onde houver luta, haverá coroa! Sendo assim, “corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Hebreus, 12,1), pois Ele se denominou como “o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele” (João 14, 6). Não há outro caminho para chegar ao Pai, não há outra verdade que possa ser relativizada. Só há uma vida, a vida em Jesus Cristo.
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FONTE: Canção Nova