sexta-feira, 31 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA



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Problemas no casamento

“A minha felicidade será fazê-lo feliz”

Deus quis que existíssemos para participar de sua vida bem aventurada e nos criou “à sua imagem e semelhança” (cf. Gn 1,26). O Criador quis que a humanidade existisse "em família", com a união de um homem e uma mulher, vivendo no amor conjugal e gerando os filhos nesse mesmo amor. E a base de tudo isso é o casamento.

Depois de criá-los, Deus os uniu. O homem se sentiu insatisfeito, sozinho, porque não encontrava em todos os seres criados nenhuma criatura que o completasse. E Deus percebeu que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Então, disse ao homem: “Eu vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18), alguém que seja como você e que o ajude a viver. E fez a mulher. Retirou “um pedaço” do homem para criar a mulher (cf.Gn 2,21-22).

Nessa linguagem figurada, a Palavra de Deus quer nos ensinar que a mulher foi feita da mesma essência, dignidade e da mesma natureza do homem. Santo Agostinho ensina que Deus, para fazer a mulher, não tirou um pedaço da cabeça do homem nem um pedaço do seu calcanhar, porque a mulher não deveria ser chefe nem escrava do homem, mas “companheira e auxiliar”. Esse é o sentido da palavra que diz: Deus tirou “uma costela do homem” para fazer a mulher.

Ao ver Eva, Adão exclamou feliz: "Eis agora o osso de meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2,23). Foi a primeira declaração de amor do universo. Adão se sentiu feliz e completo em sua carência. Deus disse ao primeiro casal: “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2,24).

Estava criado o casamento que mais tarde Jesus vai transformar em sacramento. Ele fez questão de acrescentar: “Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6). E Deus disse ao casal: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). Aqui está o sentido mais profundo do casamento: “crescei e multiplicai”. Deus quer que o casal, na união profunda do amor, cresça e se multiplique nos seus filhos; daí surge a família, a mais importante instituição da humanidade; a célula principal do plano de Deus para os homens; e ela surge com o matrimônio.

Como a família e o casamento estão na base de todo o plano de Deus para a humanidade, se eles forem destruídos, a humanidade sofrerá muito. Há uma concepção falsa de “família” e de “casamento” que não está de acordo com a vontade do Criador. Há “famílias alternativas” que, no plano de Deus, não são famílias bem como os “casamentos alternativos”.

Assista também: "Casais, sejam de Deus!", com padre José Augusto

Quanto mais o casamento se afastar do plano de Deus e quanto mais a família se desfigurar da imagem original que Ele lha deu, tanto mais a humanidade vai sofrer. Hoje, já colhemos os frutos amargos da destruição deste belo plano divino. Quando o homem se arvora em “senhor do bem e do mal” e quer ocupar o lugar do Senhor, sofre e morre.

Sabemos que, infelizmente, o pecado original feriu a humanidade. O homem virou as costas para Deus e, por causa disso, o sofrimento e a morte entraram no mundo. São Paulo deixou claro que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). O pecado atingiu todas as realidades da vida humana e, de modo especial, o casamento e a família. Sem o pecado não haveria a desarmonia do homem consigo mesmo, com a natureza, com Deus e com a mulher. 

O pecado gerou o desentendimento. 
O seu nome é egoísmo, vaidade, orgulho, autossuficiência, arrogância, ganância, impureza, adultério, gula, ira, inveja, preguiça, maledicência, etc. Tudo que divide a família e afasta a pessoa humana de Deus. Por isso, hoje, o casamento têm tantos problemas, porque foi ferido pelo pecado que engendra a briga, a discussão, a violência, o crime e elimina o amor que deveria ser permanente entre marido e mulher. É a realidade de cada casal.

São Paulo mostrou bem, na Carta aos Romanos, a dura realidade do pecado que temos de enfrentar: “Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque querê-lo está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.

Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, deparo-me com o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte? Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (cf. Rm 7,14-25).

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

FONTE: Canção Nova

FORMAÇÃO PEDRAS VIVAS

                            

                            AMOR SEM FINGIMENTO


                         "Que o Amor fraterno una uns aos outros, com terna afeição". (Rm 12, 10) 

"EU TE AMO"! É com frequência que vemos e ouvimos esta frase ser usada naturalmente em todos os lugares, principalmente através dos sites sociais, onde os internautas/amigos possuem as ferramentas necessárias para se comunicarem. Dizer "eu te amo" para alguém é o mesmo que declarar: dou a minha própria vida por você. Sim, declarar o Amor para uma pessoa é abrir-se totalmente e doar-se para ela. O Amor declarado abre uma porta no coração da pessoa que se ama e se torna a entrada para todos os amores, onde tudo é motivo para cultivar suas delícias. Por isso, não se pode decepcionar a quem declaramos amar.

A Sagrada Escritura, precisamente na Primeira Carta de São João faz uma afirmação forte quando se refere ao Amor, ele diz: "Deus é Amor"! (1 Jo 1, 8) Decididamente, precisamos buscar nesta Palavra um novo conceito para definir em nosso coração o verdadeiro significado do Amor. São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios afirma que somente o Amor é capaz de revelar o homem ao homem, tipo, conhecer-se como por Deus é conhecido. Ele afirma que somente Deus, que é Amor, pode revelar ao homem aquilo que mais o inquieta em sua vida: 'mostrar, verdadeiramente, quem ele é'! 

Este é o caminho! Somente conhecendo a si mesmo o homem se torna capaz de olhar para o outro e lhe dar o tratamento digno que precisa e merece. Portanto, é-nos necessário entrar numa caminhada de mortificação, onde este homem velho e caduco vai se transformando e dando lugar ao novo homem que vai sendo formado, educado, plenificado na graça divina e capacitado para amar com o mesmo Amor de Deus que é Amor. 

"Deus Amor" vai ordenando todas as faculdades humanas e o homem vai tomando aquela forma de Jesus humano, onde todas as suas características se assemelham com as do primeiro homem, Adão. Em conformidade com a humanidade de Jesus, o homem vai conhecendo a si mesmo e esse conhecimento começa a lhe encher de gozo celestial, pois vai se afeiçoando ao próprio Jesus, e isso o impulsiona a tomar partido do Mestre e se tornando impetuoso, forte, firme, convicto e corajoso, não mais se iludindo com o mundo e também não se conformando com as coisas temporais. Sua meta é o eterno!

Uma das principais características do Amor é fazer com que seja para o outro a sua fadiga. Quem diz que ama não ama nada para si. Quem diz que ama não trás para si o bem amado, mas o leva a descobrir todas as vias do Amor e a viver os seus frutos. Que diz que ama não se aborrece facilmente, perdoa tudo e pacientemente espera tudo. Quem diz que ama esquece de si mesmo e não paga o mal com o mal, mas transforma o mal em bem. Quem diz que ama descobriu que não nasceu para si, mas para os outros, unicamente para o outro. Quem diz que ama é "perseverante na oração, forte na tribulação e alegre na esperança" (Rm 12, 12-13)

"Deus é Amor"! Sem Ele não sabemos amar. Sem Ele não amamos nada e ninguém. Que sejamos dóceis a esta manifestação do Amor e abrir largamente o nosso coração, pois este Amor precisa enraizar-se em nós e nos lançar por águas mais profundas, afim de dar um novo sentido em nossa vida.

É neste sentido de oração que louvamos com toda a nossa força o Deus Amor.


Carlos Alberto Batista 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                                          

                                          VOCAÇÃO: CHAMADO PARA SERVIR!



          Na vocação o homem e a mulher são chamados a conhecer a sua perfeita humanidade



                      A primeira vocação do homem e da mulher é a santidade, assim diz a Igreja Católica Apostólica Romana; e para santificar, Cristo fundou a sua Igreja.  Dai, podemos afirmar que não se chega ao estado de vida santa, sem vivermos sob a inspiração de Deus, refletida na Sagrada Escritura, da Sua graça, e na forma de vida instituída nos Sacramentos da Igreja. Em virtude de uma vida de santidade, o Senhor vai se revelando na intimidade do homem; seu mistério vai sendo conhecido e levando o homem conhecer-se a si mesmo, tornando-o livre para viver a sua verdadeira identidade. Portanto, este chamado à santidade não esvazia do sentido de viver, mas ao contrário, o homem e a mulher vão se descobrindo e a sua dignidade de filhos de Deus vai se reconstituindo. Não custa lembrar que o homem perdeu a sua dignidade, e a sua natureza foi dilacerada pelo pecado, tornando-o incapaz de dar e viver o sentido natural da vida.

Em virtude de uma vida de santidade, o homem e a mulher vão se tornando mais íntimos de Deus, onde escutar a Sua voz no interior, torna-se o mais perfeito elo de ligação com Ele, pois dá as garantias de poder escolher a cada instante o caminho a seguir e as decisões a tomar. O homem e a mulher só conseguem ministrar e dominar o sentido do bem e do mal, sob a profunda comunhão com Deus. Per si, o homem e a mulher não podem fazer aquilo que é bom, para eles, e nem para as outras criaturas.

O homem e a mulher são convidados a viver a santidade! É um direito de cada um conhecer-se a si mesmo e ao Seu Criador. Na promessa de se dar a conhecer, Deus fala ao homem e à mulher como a amigos. Cura as feridas do coração. Instrui e capacita a viverem uma nova forma de vida. Vai revelando Seus mistérios de acordo com a disponibilidade que cada um vai oferecendo. Torna-os capazes de praticarem o bem e a lutar contra o mal. O verdadeiro sentido da vida vai sendo reconstituído e começam a sentir, através das moções do coração, uma profunda vontade de não fazer outra coisa que não seja a vontade de Deus. Vem junto com esse desejo de pertencer ao Criador, uma espécie de sedução, onde se encontra a forma concreta de colocar a serviço do Reino a sua vocação. Servir ao Reino de Deus é uma resposta de Amor à vida consagrada.

No caso de já estarem vivendo uma realidade no Sacramento, tais como: Sacerdotal ou Matrimonial, não muda o chamado à santidade. Percebemos que estamos falando algo que pode injetar dúvidas no coração de quem imagina já estar vivendo a santidade de vida, por estarem casados ou  como padres e religiosos. O chamado é para todos e cada dia renovado. Claro, o consagrado já está na condição de vida, mas, assim como nasce um novo dia, nasce um novo homem e uma nova mulher. Desta forma precisamos viver! O inimigo de Deus não precisa de uma grande porta aberta para tentar algo contra o filho de Deus, mas apenas uma brexinha, uma pequena fresta. Por isso, a nossa luta é instantemente violenta contra o nosso instinto pecador; isso se torna vida de santidade: pensar e executar a vontade de Deus, e lutar contra o mal!

Portanto, viver a santidade é a capacidade do homem e da mulher viverem sempre em sintonia com Deus, e jamais encontrarem motivos para se esconderem. Quem vive assim é livre. Esta é a verdadeira liberdade tanto desejada por cada um de nós. 

Que sejamos gratos ao Nosso Pai e Criador que nos deu de volta o sentido da vida. Peçamos ao Senhor Jesus que nos ensine a ouvir e obedecer ao chamado do Pai, e a reconhecer na Mãe e Mestra os valores da vocação de santidade.

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                         

                             
                                  SER CRISTÃO É FAZER A DIFERENÇA NESTE MUNDO


              Que o nosso ser diferente faça diferença a ponto de fazer as pessoas serem melhores


"Sede santos porque Eu sou santo!" (1 Pd 1, 16) Nada melhor do que esta "ordem" do Senhor para iniciarmos a nossa partilha. A Palavra de Deus expressa no antigo testamento, precisamente no livro do Levítico, dá uma melhor interpretação para o assunto que estamos partilhando, pois está escito: "Santifica-vos e sede santos, porque eu sou santo." (Lv 11, 44) Notemos que existe algo nesta Palavra de Deus, que precisa causar uma moção mais agitadora dentro de nós, pois Deus nos dá uma ordem e, se cumprida, poderá nos tornar tal e qual Ele é, ou seja, Santo!

De acordo com a nossa compreensão, ser santo exige de nós uma vida completamente diferente desta vida que conhecemos, pois ninguém nos deu ou dá uma referência de vida santa aqui entre nós; ou dá? Nem sabemos! Acredito que às vezes até podemos notar alguma coisa diferente numa pessoa, que a torna mais parecida com um santo, mas isso se dá pelo modo de falar, de acolher as pessoas, de se doar, de ajudar, etc. Mas, por algum motivo, tipo, modo de viver, o de pertencer a uma família pobre, ou até por ter sido condenado por algum crime, tiramos dele toda a condição de ser santo.  Podemos lembrar que os discípulos seguiram Jesus durante alguns anos como um mestre, vendo e vivendo com Ele todos os seus últimos anos de vida. Presenciaram com os olhos verdadeiros milagres realizados por Jesus, milagres que talvez nunca veremos: caso da ressurreição de Lázaro, morto a quatro dias; ressurreição do filho da viúva de Naim, aquele menino que ia sendo levado em cortejo fúnebre no momento que Jesus passava pelo local; testemunharam Jesus andando sobre as águas, e muitos outros milagres, mas não perceberam e nem sentiram que Jesus era filho de Deus, o Deus verdadeiro. 
Porque não conseguiram ver? Porque ainda não possuiam Aquele que podia revelar, intimamente,  que Jesus era o  Filho de Deus, o tão esperado Messias! O que quer dizer isso? Quer dizer: não veremos Deus sem que Deus nos revele por Sua graça e por sua vontade. Não veremos Deus somente através dos seus milagres realizados nesta vida. Não veremos Deus somente por seguir Jesus, indo às missas, aos cultos, nas orações. Por fim, não veremos Deus somente pelos olhos da carne!

Se não vemos Deus, como poderemos entrar no âmbito da vida de santificação? Quem poderá nos revelar esse Deus que se diz tão presente em nossa vida? Quem nos ensinará o caminho da santidade? Quem nos dará ou mostrará alguma coisa que possa nos seduzir e passar a desejar ser santo? Podemos dizer que ser santo é algo extremamente difícil para nós! Sim, ser santo é muito difícil. Por isso, Jesus precisou fazer o que fez, exatamente daquele jeito! 

Precisamos agora entrar na intimidade de Deus e tentar descobrir o mistério da santidade: primeiramente, lembrando de algo que Ele mesmo afirmou: "o homem é por natureza à nossa imagem e semelhança" (Cef. Gn 1, 26). Portanto, a nossa reflexão não poderá deixar de estar sempre ligada neste contexto, pois ser santos passou a ser a nossa primeira vocação, ou seja, a principal vocação do homem e da mulher para poderem assemelhar-se a Deus. Bem, se um santo tem a vida totalmente diferente de quem não é santo, a saber, santificar-se significa passar a viver um modo diferente de vida que a comunidade do mundo não santo, vive. Então, onde estão aqueles que vivem santificando-se pelo mundo? 

Quando Jesus cumpriu a sua promessa de enviar Aquele que iria revelar tudo, torná-los capazes(os discípulos),  de realizarem coisas e milagres ainda mais grandiosas do que Ele, falamos do Espírito Santo, concretizando o batismo espiritual de cada um, ou seja, o momento da efusão do Espírito a todos os presente no Cenáculo, entre eles, Maria a Mãe de Jesus e Maria Madalena, tudo se transformou: seus olhos da alma se abriram e proclamou-se a fundação da Nova Igreja de Jesus, a Jerusalém Celeste. Eis aí, a Santa Mãe Igreja, Mãe de todos os viventes, a portadora de todos os bens Celestiais, pronta e preparada para tornar um cristão capaz de compreender, conhecer e viver as vias para a santificação, ou santidade de vida, pois é o próprio Cristo, em pessoa, o cabeça desta Igreja. Aquele que seguir com fidelidade, fé, esperança e Amor à sua santa doutrina, caminhará por este vale de lágrimas sendo o mais diferente de todas outras pessoas, realizando por onde caminhar, falar e agir, tudo aquilo que será, não para lhe dar méritos, mas para tornar santos as pessoas e os lugares. Esse é o verdadeiro cristão, aquele que faz da sua vida uma perfeita oferenda de Amor, onde tudo que olhar, tudo aquilo que falar e tudo aquilo que pegar, se torne instrumento de santificação, caminho para a vida eterna. Esta é a melhor forma de ser diferente neste mundo, pois é aquilo que nos tornam santos como nosso Pai celeste é Santo!

Peçamos com fé e esperança, que Cristo Jesus nos torne capazes de seguir as suas pegadas, nos dando força e coragem para descobrirmos, cada um de nós, a nossa vida que se enconde com Ele.

Louvado e adorado seja o Nosso Deus


Carlos Batista - Comunidade Pedras Vivas

terça-feira, 28 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS




                              A VOCAÇÃO DO HOMEM:  "VIDA NO ESPÍRITO"


                      A vida no Espírito realiza a vocação do homem (CIC 1699)


                     É com propriedade que o "Catecismo da Igreja Católica" ensina aos membros da sua igreja que a vocação do homem é a vida no Espírito , pois ela própria é espiritual, mesmo tendo como membros pessoas comuns e pecadoras. Diz o CIC em suas páginas, que a vida no Espírito é uma caridade de Deus doada como Salvação.
Ao perdermos a dignidade humana pelo pecado, deixamos de viver em sintonia com Deus, pois a nossa natureza foi totalmente danificada. Ficamos totalmente nus, desvestidos de pureza para ver Deus, assim como Adão e Eva se sentiram logo após cometerem o primeiro pecado.

Para entendermos melhor, Adão e Eva nasceram totalmente puros, sem nenhuma marca de pecado e totalmente livres para conviverem com Deus Criador, numa perfeita harmonia. Com a queda, esta harmonia foi quebrada e nos escondemos de Deus, certos de que esse encontro pessoal com Ele tornou-se impossível. Perdemos totalmente a nossa capacidade de viver harmoniosamente com nós mesmos, com as outras criaturas e toda a criação. Perdemos totalmente a capacidade de distinguir até mesmo quem somos. Nossos instintos se tornaram sem conexão com a vontade de Deus, podemos aformar: nossa natureza humana foi totalmente danificada.


No entanto, Deus encontrou um meio de sermos reconstituídos em dignidade, nos doando o Seu Santo Espírito. Com a nossa mesma liberdade de antes, podemos ou não viver sob a profunda comunhão com o Espirito Santo de Deus, ou continuarmos mortos para a vida. Assim, se a nossa opção for a vida no Espírito, ficaremos ainda melhores do que antes, pois nossos primeiros pais eram puros, quanto a nós, podemos ser puros, divinos e novos Cristos; isso inspirou os santos padres dizerem: !Ó feliz culpa!"

O verdadeiro sentido e razão do Projeto de Salvação, funda-se na Verdade anunciada e vivida na pessoa de Jesus. Ele não só revelou o Pai, como também Se revelou; instaurou o Novo Reino aqui na terra e na sua humanidade, deixou claro o que precisamos ser, pois na humanidade Dele seremos capazes de nos conhecer, ou seja, Jesus revela o homem ao próprio homem, coisa que o pecado original nos tirou.

A vida no Espírito, nos capacita a lutar bravamente contra o pecado, contra os atrativos do mundo, contra os principados do mal, contra tudo aquilo que se torna inimigo de Deus, mas nunca contra as pessoas,  pois o Amor de Deus nos ordena em Sua Misericórdia. Seu Amor nos faz Amor. A nossa humanidade se torna loucura para o mundo, assim, como Jesus se tornou loucura para os judeus. Somos injetados para o mundo, afim de anunciar a Boa Nova e testemunhar com a nossa vida que Jesus é o Bem prometido e a Sua ressurreição se torna presente em nossas ações.

Para terminar, citamos uma frase do resumo no CIC:
"Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre
  a sua altíssima vocação" (CIC 1710)



Deus seja louvado e adorado!

Carlos - Comunidade Católica Pedras Vivas



            


     

         


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                                          QUANDO O SOFRIMENTO BATE EM NOSSA PORTA!


                          Cultivamos uma esperança de que possa existir algo que nos livre do sofrimento


              Desde o inicio da criação, podemos dizer que existe o sofrimento. Nas primeiras páginas da Sagrada Escritura, a saber, no Livro de Gênesis, cujas palavras retratam a criação do mundo e a queda do homem diante de Deus; nelas, podemos entender a razão e a origem do sofrimento.  Ao cometerem aquela fatal desobediência contra Deus, não só o ato de terem pecado, mas terrivelmente, também, de não terem reconhecido o pecado, arrependerem-se, e buscarem a reconciliação com o Criador, Deus mostrou que diante da liberdade que tinha nos dado e injetado em nossa carne, teria mesmo que deixar acontecer tudo aquilo que fazia parte do seu projeto de vida: a luta do homem para a sobrevivência! Conta o autor sagrado que Deus disse, entre outras palavras, assim: à serpente ele disse: (...)"Esta lhe feriria a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar" (Gn 3, 15c). Á mulher Ele disse: "Multiplicarei os sofrimentos de tua gravidez. Entre dores darás à luz os filhos. Teus desejos te arrastarão para  teu marido e ele te dominará". (Gn 3, 16). E ao homem, Ele disse: "Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer, amaldiçoado seja o solo por tua causa. Com sofrimento tirarás dele o alimento todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e ervas daninhas, e tu comerás das ervas do campo" (...). (Gn 3, 17-18)

Como podemos perceber, Deus deixou claro que a nossa vida seria desta forma: com sofrimento, sem parar! Que dura herança recebemos dos nossos primeiros pais! Diante desta realidade, precisamos refletir e tentar descobrir uma receita para viver, de tal forma, que o sofrimento não abale a nossa estrutura humana e nem perturbe a nossa alma, pois só de saber que não teremos a tão sonhada e desejada bonança nesta vida, poderemos perder a vontade de viver, de encontrar o nosso Criador, e até desistir de conhecer a razão da nossa vida. No entanto, como cristãos, sabemos que Deus nos enviou o seu Filho Jesus para nos reconquistar, para nos comprar e para nos redimir do pecado. Isso já é fato! Não existe mais nenhuma outra missão que Deus precise para revelar isso. Já se completou toda a obra da salvação, ou seja: o Verbo, Jesus, se tornou carne e habitou entre nós; viveu, morreu por nós e o Pai O ressuscitou dos mortos. O plano foi totalmente realizado e vitorioso. Ele desceu do céu, tornou-se um de nós para ser capaz de também sofrer todas as nossas dores, certamente sem ter cometido nenhum pecado; morreu como nós; desceu aos infernos como o pior pecador e salvou a todos os que lá estavam.

O sofrimento de Jesus é a chave para podermos entender o nosso. Assim que Jesus nasceu, Deus abriu as portas para uma vida nova. Ele não precisou acabar com toda as criaturas da terra para recomeçar um novo homem e uma nova mulher, assim, como ele tinha feito na época do dilúvio, onde apenas 8 pessoas tiveram suas vidas poupadas, afim de recomeçarem uma nova caminhada. Mas, como sabemos, este plano também não deu certo, pois estava enraizado em nós o pecado e o próprio homem, sozinho, não tem como arrancar o mal na sua raiz. O plano da salvação trouxe consigo uma nova vida, que se vivida, transforma o homem e a mulher velhos, em homem e mulher novos. Para isso, Deus, em Jesus, inaugurou uma nova terra, que Jesus chama de "Reino dos Céus", mas esse reino está escondido aqui mesmo na terra. Ele não pode ser visto e nem vivido pelo velho homem e pela velha mulher, mas pelos novos. Chamados de Cristãos, eles passarão pelos mesmos sofrimentos dos outros, e até mais se preciso for, mas como são portadores de uma sabedoria divina, de um novo aliado, O Espírito Santo, terão capacidade para transformar todos os sofrimentos em remédio, e serão usados para aumentar a força no Caminho dos Céus. Ou seja, o que de mal faz o sofrimento ao homem e mulher velhos, o novo homem e a nova mulher transforma em alimentos para suportarem e se lançarem ainda mais rumo à eternidade, melhor ainda, levando ao mundo essa boa nova.

É um mistério! Por isso, o mundo ainda sofre as dores do pecado, sem necessariamente, terem que sofrer, pois Jesus mudou a nossa história. Como ainda somos cabeça dura, ouvimos tudo isso em todos os momentos da nossa vida, mas fechamos os nossos ouvidos do coração e nossos olhos da alma, afim de podermos ouvir e desejar somente os atrativos que o mundo que pertencente ao pecado oferece.
Peçamos ao Senhor Jesus que nos ensine a lutar contra tudo aquilo que nos faz desanimar e deixar de viver em comunhão com o Espírito Santo. Que Ele nos capacite a olhar somente em Sua direção, pois descobrimos que o sofrimento com Ele torna-se uma arma poderosa em nosso favor.

Deus seja louvado e adorado!

Carlos - Comunidade Católica Pedras Vivas

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                               

                                  COMO SERVIR A DEUS VIVENDO NESTE MUNDO?


                           "O que somos, é um presente de Deus. No que nos transformamos
                                          é o nosso presente a Ele" (Dom Bosco)


            Quando Jesus foi apresentado pela primeira vez ao mundo pela boca de um profeta, ele usou essas palavras: "Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo" (Jo 1, 29). Refletindo com mais profundidade essas palavras, precisamos encontrar os meios que fizeram o Batista falar com tanta propriedade, algo que ainda não tinha sido revelado para ninguém. Voltando no tempo, existiu sim, um sublime encontro entre Jesus e João, quando ambos ainda estavam sendo gerados no ventre de suas mães: ele em Isabel e Jesus em Maria. Ah! Que momento mais lindo! Logo após Maria ter recebido a visita do Anjo Gabriel; de dizer "Sim" ao chamado para ser a mãe de Jesus e saber que sua prima Isabel também estava grávida, ela logo arrumou uma maneira de ir em socorro dela, pois Isabel já tinha idade avançada e vivia somente com seu marido Zacarias.

Maria partiu para onde moravam o casal, que de que acordo com os teólogos e exegetas,  ficava distante de Nazaré numa caminhada de uma semana. Em outros documentos reconhecidos, mas não canônicos, diz que Maria teve que fazer uma parada em Caná e instalar-se na casa de um casal amigo, casa esta, que poderia ser a mesma do Evangelho onde Jesus, sua mãe e os discípulos estiveram naquele casamento, do qual Jesus realizou o primeiro milagre público.
Nesse episódio, começa a ser mostrado ao mundo o significado verdadeiro de "missão" com a presença viva de Deus entre nós. Uma coisa é saber que Deus existe e termos que cumprir a Sua lei. Outra, é transformar a lei em vida e injetar na lei a fé, a esperança e o Amor. Maria começou a fazer isso tendo nela, em suas entranhas, a pessoa de Deus, em Jesus. Maria começa a mostrar ao mundo a nossa vocação de filhos de Deus, ou seja, faz da sua comunhão com o Sagrado, um perfeito ato de serviço. Maria se dispõe a servir, não somente com trabalho, mas anunciando e revelando Jesus a todos que se achegassem a ela. Como sabemos, logo que chegou em casa de Isabel e a saudou, consta na Sagrada Escritura que Isabel se encheu de alegria e João pulou em seu ventre. Estava ali configurado a cura interior, a libertação e o anúncio de Jesus como aquele que tira o pecado do mundo.
João recebeu de Jesus, no ventre de Maria, o próprio anuncio do Mestre, do próprio em pessoa. Consta também nos escritos sagrados, que Jesus não teve nenhum outro contato com seu primo João, somente aquele cujo acontecimento se narra.

Como podemos entender esses relatos e buscar neles uma forma de colocá-los em prática? Nada que seja impossível! Para melhor refletir, precisamos nos conscientizar de que Jesus é o portador da verdade e Nele precisamos buscar todas as referências de vida. No relato, lembramos que Maria revelou Jesus àquela família de forma simples, sem falar nada, apenas saudando. Podemos confiar que também poderemos revelar Jesus a todas as pessoas sem nada dizer, basta que também estejamos O gerando dentro de nós.

pode isso acontecer? Simples! Para darmos uma resposta a Deus que temos fé, a primeira tarefa é reconhecer que somos pecadores. Que não somos nada sem Ele. Mostrando a Ele a nossa pequenez e miséria, começamos a nos disponibilizar para que Jesus viva e seja gerado dentro de nós, assim, como Maria. Daí, quando começamos a viver a realidade de Jesus vivo dentro de nós, Ele mesmo passa a agir em nós, através de nós, pois a nossa luta contra o pecado já dá uma abertura e sua Luz inacessível chega a todos que se aproximam de nós.

É assim que nos tornamos missionários neste mundo confuso. Quando estamos gerando Jesus dentro de nós,  os nossos pensamentos e as nossas atitudes, se tornam parecidas com as Dele, ou seja, vamos dando conformidade em nós, como Ele mesmo. As nossas atitudes e pensamentos passam a ser loucuras para o mundo. Os pensamentos e atitudes do mundo também se tornarão loucuras para nós. Mas, o que mais identifica esta transformação com Jesus, é a capacidade de termos misericórdia com as pessoas, e sermos duros, muito duros com nós mesmos, não aceitando passivamente que nossas ações, com toda a criação e criaturas, não sejam unicamente para torná-las melhores, e nunca iguais ou piores do que eram.

Portanto, o melhor presente que podemos dar a Deus como retribuição pelo dom da nossa vida, será essa nossa transformação, ou seja, um estado de vida na santidade, onde o testemunho de Amor e doação aos outros, serão a forma mais concreta de revelar e anunciar Jesus ao mundo. "Não nascemos para nós, nascemos para os outros". (Dom Bosco) Assim, precisamos entender!

Como vimos, não existe custo material, mas uma renuncia de nós mesmos. O milagre acontecido nesta história, será o de acreditarmos plenamente na Palavra de Deus expressa nas Escrituras, no cotidiano da nossa vida, na Liturgia, em nossa formação pessoal e, principalmente, na reconquista da nossa perfeita humanidade, aquela que havíamos perdido pelo pecado original.
Peçamos ao Senhor Deus Pai que nos cumule de sabedoria; ao Senhor e filho Cristo Jesus que nos fortaleça em sua fé; ao Espírito Consolador que nos revele seu Amor, e à Virgem Maria que interceda por nós em todas as nossas necessidades.

Louvado e adorado seja Deus!

Carlos - Comunidade Católica Pedras Vivas


domingo, 26 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA



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Eu e minha casa serviremos ao Senhor!

Quem não vive para servir, não serve para viver
A frase é de uma das maiores personalidades do século XX, Mahatma Gandhi, que conduziu seu país, a Índia, assim como muitos outros, a encontrar o caminho da independência e da democracia por meio da não violência ativa: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Viver para servir! Proposta desafiadora, fonte de realização para todos os seres humanos, caminho de felicidade. Parece-nos encontrar aí uma das muitas sementes do Verbo de Deus, plantadas na sabedoria e na prática religiosa da humanidade, pois a própria Palavra Eterna do Pai encarnada, Jesus Cristo, mostrou a que veio, abrindo perspectivas novas para Seus discípulos e para toda a humanidade: "Eu vim não para ser servido, mas para servir e dar a vida por resgate de muitos" (Mc 10,45). Jesus Cristo veio ao mundo para fazer a vontade do Pai, para servir.

O Antigo Testamento reporta a história de Josué, a quem foi dada a tarefa de introduzir o povo de Deus na Terra Prometida. Como havia acontecido na chamada Assembleia do Sinai, quando Moisés, em nome de Deus, pediu ao povo a definição de rumos diante da aliança estabelecida, também em Siquém se reúnem todas as tribos de Israel (cf. Js 24,1-18). A escolha de Josué, em nome de toda a sua família, é muito clara: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”! Nas diversas etapas da história da salvação, retorna a provocação positiva que toca no mais profundo da liberdade humana. Trata-se de escolher o serviço a Deus, optar pela fidelidade à Sua Palavra, cumprir Seus mandamentos, assumir a missão confiada àquele povo escolhido. A resposta do povo de Deus a Josué é decidida: “Nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus” (Js 24,18). Durante os séculos que se seguiram, continuamente o Senhor enviou emissários que o chamaram, de novo, à fidelidade!

Veio Jesus, chamou os discípulos e começou uma nova forma de viver. Do meio deles, escolheu apóstolos, criou relacionamento diferente, acolheu crianças, chamou justos e pecadores, derrubou barreiras culturais e religiosas, abriu a estrada da fraternidade. Também o Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, entrou no maravilhoso jogo de provocação à liberdade humana. Depois das primeiras etapas da pregação do Reino e daconstituição de uma nova comunidade de irmãos - os chamados evangelhos sinóticos - Jesus pede aos discípulos uma definição: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Cf. Mt 16,13-20; Mc 8,27-30; Lc 9,18-21). 

Assista também: "Deus acredita em você!", com padre Arlon Costa

Já o Evangelho de São João, no texto que a Igreja proclama no vigésimo primeiro Domingo do Tempo Comum (Jo 6,60-69), traz uma pergunta altamente provocante, após a multiplicação de pães e o discurso de Jesus sobre o Pão da Vida: “Vós também quereis ir embora?”. Vem de Pedro a resposta que continua a ressoar pelos séculos: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus!” Os discípulos aprenderam a seguir Jesus a partir da fé professada naquele que é Santo de Deus, Messias, Cristo, Filho de Deus. A Igreja não se cansará de proclamar a mesma fé em Jesus Cristo até o fim dos tempos.

Após a Ressurreição, a ascensão de Cristo e o Pentecostes, foi chamado aquele que, perseguidor implacável, veio a ser apóstolo das gentes. É o próprio Paulo quem conta, numa das narrativas de sua conversão, a pergunta que brota no coração de todas as pessoas que se encontram com Jesus Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 22,10) A graça do apostolado continua a se multiplicar na Igreja. Quantas pessoas são chamadas a servir ao Senhor no anúncio da Boa Nova da salvação, nos ministérios e serviços existentes nas Comunidades Cristãs! Que profusão de carismas suscitados pelo Espírito no coração da Igreja, por meio dos quais as palavras do Evangelho são postas em prática e “lidas” nas inúmeras obras de caridade e de serviço existentes em toda parte! E como não reconhecer a beleza do serviço prestado por homens e mulheres, adultos e jovens que desempenham a missão de catequistas em nossas paróquias?

São pessoas que experimentaram a graça do seguimento de Jesus e não podem se calar. São leigos e leigas que, nos serviços internos da Igreja, nas inúmeras frentes de trabalho apostólico e na caridade, podem dizer com o apóstolo São Paulo: “Anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar o evangelho!” (1 Cor 9,16).

Por isso, fixem seus corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Com todas estas pessoas, agradecemos a Deus pelo mês dedicado às vocações. Em sua conclusão, temos o direito e o dever de acolher as novas e muitas vocações para o serviço ao Senhor e à Sua Igreja.


Foto
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA


FONTE: Canção Nova

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

             

                   SOMENTE AQUELE QUE DIZ "EU SOU",  PODE DIZER QUEM TU ÉS!


                                                         "Tu és Pedro" ( Cef. Lc 1, 42 )



                         Podemos começar a reflexão deste dia voltando ao princípio da nossa criação, onde a Sagrada Escritura narra com riqueza de detalhes todo o acontecimento. Entre todas as narrativas, uma que dá sentido para todas as outras, é: "Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança" (Gn 1, 26). Podemos notar que o Senhor Deus não fala "faço" o ser humano (...), mas "façamos o ser humano". Sem nada esconder, Ele mostra que não está sozinho na obra criadora e, diante disso, precisamos entrar no contexto da história e buscar os elementos essenciais para encontrar a quem se refere a outra, ou quem sabe, as outras pessoas da criação.
Hoje, podemos entender a história da criação, porque Deus já se mostrou na pessoa de Jesus, que realmente somos à sua imagem e segundo à sua semelhança. Porém, precisamos, ainda mais, entrar num outro contexto histórico, pois entre a nossa criação e a Revelação de Deus, em Jesus, aconteceu um fato historicamente tão relevante quanto a esses dois, que foi nossa queda, ou seja, o pecado dos nossos primeiros pais. Está aí, toda a razão para Deus ter que se revelar em Jesus, e mostrar o que narrou na criação, quanto à imagem e semelhança. Cabe aqui uma pequena lembrança deste fato, pois o pecado mudou os planos de Deus, o que podemos chamar de plano 2, pois precisou colocar em prática o plano de Salvação para seu povo. Também é bom lembrar que ao cometer o primeiro pecado, Adão e Eva inscreveu no coração de cada ser humano essa fatídica marca, pois como seus filhos, nascidos da mesma carne,  iremos carregar o pecado em nosso corpo por toda a vida. Está enraizado na carne!
Esta herança faz parte de cada um de nós e, como sabemos, foi o causador da nossa separação com o Criador, pois nos fez esconder de Deus; outra consequência danosa, foi a total perda do nosso sentido de pureza, e os nossos instintos se tornaram totalmente confusos, pois até perdemos a nossa natureza humana. Podemos afirmar com toda a certeza, que todas as criaturas vivem uma perfeita harmonia com Deus, tais como: animais, rios, oceanos, sol, lua, estrelas, plantas e ar. Tudo isso vive harmoniosamente com Deus da forma que foram criadas, com todas os seus instintos em conexão com a sua própria natureza. E nós, seres humanos? Nós não sabemos mais quem somos, para onde vamos, nem  podemos mais fazer o bem para nós e para os outros, baseado apenas em nossos instintos humanos. Perdemos totalmente a nossa natureza humana; não podemos e não sabemos como cuidar e conviver com as outras criaturas e, muitas vezes, damos a ela um valor maior ou menor do que precisamos dar. Damos um melhor tratamento para um animal de estimação do que a um ser igual a nós, o irmão; ou destruímos a natureza sem importar com as suas consequências. Não temos o domínio de mais nada da forma como Deus nos capacitou quando da criação.
Pois bem! Diante desta dura realidade, precisamos reconhecer tudo isso relatado e refletir com toda a nossa inteligência, entendimento e força, pois sem tomar consciência disso, nada mais pode nos convencer de que perdemos a nossa natureza humana, e que Deus usou do seu poder para transformar tudo. Deus enviou Seu Filho, um Daqueles pelo qual citou na Criação: "façamos", para que se cumprisse o seu plano. Jesus veio como um de nós. Nasceu de uma mulher, a Virgem Maria. Ela, uma nova Eva, e Jesus sendo Filho de Deus, possuiam a natureza humana perfeita, como foram Adão e Eva antes do pecado. Ele divino, ela isenta do pecado original. Maria precisou viver sem pecado até o momento da concepção, afim de que Jesus pudesse nascer tão puro quanto ela, pois somente alguém que estivesse nesta condição, poderia salvar toda a humanidade. Se por um entrou o pecado, por um seria salvo. Portanto, Aquele que viveu a perfeita humanidade tem toda a autoridade para revelar quem somos.
Entramos agora pelo âmbito da fé. Ao criar a humanidade, Deus inseriu dentro de nós a fé, que começa a ser descoberta quando buscamos encontrar o nosso criador. Todos nós somos seres religiosos, acreditamos que existe algo superior a nós, mesmo que não seja Deus, pois a própria natureza e as criaturas mostram isso. Acontece que nosso desejo de conhecer o Criador, esbarra em nossa capacidade de desejá-Lo como Deus, pois o pecado destruiu os nossos instintos: "De fato, não entendo o que faço, pois não faço o que quero, mas o que detesto (...) No caso, já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim" (Rm 7, 17-19). Queremos ser felizes. Queremos viver uma perfeita comunhão com as pessoas. Queremos ser pessoas boas, mas não conseguimos. Existem tantos meios, tipo: escolas, psicólogos, pedagogos, filósofos, pais, amigos, que podem nos ajudar a revelar quem precisamos ser e como viver, mas não existe nenhum outro que possa nos revelar quem somos, que não seja Jesus! Somente Ele é capaz de nos dar reconhecer nossa dignidade humana. Voltar ao nosso humano tal e qual fomos criados. Em Jesus, Deus mostra uma humanidade capaz de nos fazer vê-Lo e senti-Lo aqui neste mundo. Só poderemos dar sentido verdadeiro à nossa humanidade, através de Jesus: "Pois, vocês estão mortos, e a vida de vocês está escondida com Cristo em Deus." (Cl 3,3)
Para concluir, lembramos o que Jesus disse: "Eu sou o pão da vida" (Jo 6, 35). Somente quem diz ser o Pão da Vida, pode dizer quem somos, pois Ele é o primeiro e principal alimento que precisamos para viver. Sem   Ele não existe vida. Podemos andar, comer, dormir, trabalhar, fazer tudo, mas sem nada alimentar para a vida, pois não saberemos para onde vamos e nem de onde viemos. Olharemos para os outros e só veremos árvores se movimentando como homens, como vultos. Tudo se torna pesado e doloroso, pois não temos a presença do nosso criador junto de nós, e sem Ele, ficamos escondidos da vida!
Peçamos ao Criador que nos ensine a buscar em Seu Filho Jesus a nossa vida. Peçamos também a Ele que nos dê os meios e os modos de procurá-Lo, pois o mundo nos ensina que tudo podemos fazer e tudo podemos viver, pois a nossa liberdade nos dá esta condição. Peçamos que sejam derramadas todas as bençãos celestiais e consolações espirituais, pois sozinhos não podemos mais viver!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos - Comunidade Católica Pedras Vivas
 
                                     

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

FORMAÇÃO - CANÇÃO NOVA


FORMAÇÕES

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Quem é Jesus Cristo para você?

Hoje, o Senhor lhe faz esta pergunta
Em certo momento da nossa vida cristã, nos será revelada a resposta a esta questão. Deus se revela a nós para que O conheçamos e, conhecendo-O, possamos Lhe responder como Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Naquele momento, Deus-Pai revelou ao discípulo a identidade de Jesus Cristo e isso determinou a vida e a missão do apóstolo, pois o Senhor se revela ao homem para que este seja participante de Sua vida e de Sua ação neste mundo.

Na profissão de fé de Pedro, revela-se o desígnio de Deus a seu respeito. Como primeiro entre os apóstolos, ele é chamado a confirmar, na fé, os seus irmãos. Porém, a sua vocação não se realizou por suas próprias forças. Temos uma prova disso logo depois de Jesus dizer que sobre Pedro edificaria a Sua Igreja e lhe entregaria as chaves do Reino dos Céus (cf. Mt 16, 18-19). O Mestre disse aos discípulos que deveria ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, do sumo sacerdote e dos mestres da Lei, seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia (cf. Mt 16,21).

Pedro, sem pensar muito, disse: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” (Mt 16,22). Tendo ouvido isso, Jesus repreende-o: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” (Mt 16,23). Depois da linda confissão de fé de Simão Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16), ele demonstra que não havia entendido nada do desígnio de Deus a respeito do sacrifício de Jesus, muito menos a respeito dele.

Assista também: "Estudo: A profissão de Fé de Pedro", com Denis Duarte 

Isso fica, claro, quando Jesus é preso no Monte das Oliveiras. Pedro, tentando defender o Mestre, toma a espada e corta a orelha de um dos servos dos sumo sacerdote (cf. Jo 18,10). Novamente, Simão é repreendido por Jesus que diz: “Guarda a tua espada na bainha. Será que não vou beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18,11). Logo depois, Pedro seguiu Jesus e foi interrogado, por três vezes, se ele não era um dos discípulos de Cristo. Ele negou Jesus nessas três vezes e, como havia sido dito pelo Mestre, imediatamente o galo cantou (cf. Jo 18, 13-27).

Mesmo depois de tudo isso, Jesus aparece para os discípulos e confirma a missão de Pedro, perguntando-lhe, por três vezes se ele O amava. Pedro, por sua vez, repete também por três vezes que O ama. Em resposta, por três vezes, Jesus confirma-o dizendo: “Apascenta as minhas ovelhas”. Depois, Ele continuou dizendo com que tipo de morte Pedro glorificaria a Deus (cf. Jo 21,15-20).

Como compreender que Pedro, depois de tudo o que fez, decepcionado consigo mesmo, ainda poderia realizar a missão que Jesus lhe confiou? Para responder esta questão, nos voltamos para o acontecimento do Pentecostes. Depois, da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, em obediência a Ele, os apóstolos e discípulos estavam reunidos em Jerusalém, juntamente com a Virgem Maria (cf. At 1, 14). Eles estavam unidos em oração quando receberam o Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (cf. At 2, 4).

Depois de receber o dom do Espírito, Pedro começou a pregar e, de uma só vez, mais de três mil pessoas se converteram. O segredo do êxito de Pedro foi a fidelidade na oração em comum, juntamente com Maria, a Mãe de Jesus. Se queremos ser fiéis à vocação que o Senhor nos confiou, perseveremos na oração na Igreja, em comunidade, junto com Nossa Senhora. Maria, que é cheia do Espírito Santo, nos dá a docilidade necessária para a ação do Espírito em nós. Pelo mesmo Espírito, professamos a nossa fé em Jesus Cristo e podemos ser fiéis à vocação que Ele nos confiou.
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/tododemaria
22/08/2012 - 08h00
FONTE: Canção Nova

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

FORMAÇÃO

                                    A LINDA PROFISSÃO DO HOMEM: Rezar e amar!

Do Catecismo de São João Maria Vianney - Paris - 1899


Prestai atenção, filhinhos meus; o tesouro do cristão não está na terra, está nos céus. Por isso volte-se nosso pensamento para onde está nosso tesouro.
É esta a linda profissão do homem: rezar e amar. Se orais e amar, aí está a felicidade do homem sobre
a terra.
A oração é simplesmente a união do homem com Deus. Se alguém tem o coração puro e unido a Deus, sente uma suavidade e doçura que inebria, encolve-o uma luz maravilhosa. Nesta íntima união, Deus e a alma são como duas ceras fundidas juntas, que ninguém pode separar. Coisa linda, a união de Deus com sua pequenina criatura; felicidade impossível de se imaginar.
Nós nos tornáramos indgnos de rezar. Deus, porém, tão bom permitiu-nos falar com Ele. Nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Filhinhos meus, vosso coração é por demais pequeno, mas a oração o dilata e torna-o capaz de amar a Deus. A oração nos antecipa o gozo do céu, por fazer descer algo do paraíso até nós. Jamais nos deixa sem doçura; é um mel que flui da alma e tudo adoça. Na oração bem feita, os sofrimentos se dissolvem como a neve ao sol.
Outra coisa dada pela oração: o tempo passa tão veloz e com tamanha suavidade para o homem, que nem percebe sua duração. Vede; quando eu era pároco em Bresse, numa ocasião em que todos os meus colegas estavam doentes, fazia compridas caminhadas e orava ao bom Senhor e o tempo -------
podeis crer ------- não me parecia longo.
Há quem se mergulhe totalmente na oração, como peixes na água, porque se entregam inteiramente a Deus. Não há divisões em seu coração. Oh! Como gosto destas almas generosas! São Francisco de Assis e santa Coleta viam Nosso Senhor e com Ele conversavam do mesmo modo como conversamos
entre nós.
Nós, ao invés, quantas vezes entramos na Igreja sem saber o que iremos fazer ou pedir! E, no entanto, sempre que procuramos alguém, sabemos claramente o motivo. Ao contrário, alguns há que parecem dizer a Deus: "Dir-te-ei só duas palavras, para me livrar logo de ti..." Penso muitas vezes nisto: quando vamos adorar a Deus, tudo alcaçaríamos, se pedíssemos com fé vivíssima e coração inteiramente puro.

Deus seja louvado

FONTE: Oficio das Leituras

Carlos - Comunidade Pedras Vivas