sexta-feira, 31 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                              



                            SACRAMENTO DA CRISMA



                                                      Jovens chamados a ser discípulos



                             A igreja vive neste período da história, uma verdadeira ameaça aos seus Sacramentos. Vivemos uma época em que a secularização intimida as pessoas, principalmente os cristãos a serem infiéis aos Sacramentos que receberam para viverem a verdadeira doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana. Somos bombardeados com todos os tipos de armas contra os princípios morais e éticos, o que contraria totalmente a verdade de Cristo. 

Os Sacramentos são a vida da Igreja e do seu povo que caminha como peregrinos em busca da terra prometida, o céu! Jesus nos deixou um legado de fé, e a Igreja, fiel depositária oferece uma caminhada de Amor para todos que se apresentam e se disponibilizam para levarem adiante o plano de Deus. O Sacramento da Crisma, é uma grande oportunidade para todos os batizados confirmarem a fé assumida pelo batismo, e que muitas vezes, por uma iniciativa dos pais, jovens são chamados para responder com fidelidade a sua condição de cristãos, buscando com isso educar-se e instruir-se como os pequeninos do Reino na caminhada em comunhão com Cristo e a Comunidade de fé.

O que a Igreja oferece aos jovens é uma oportunidade de conhecerem os ideais evangélicos, formando-os para se tornarem verdadeiros discípulos de Cristo. Por isso, todos são tentados a não acreditarem nessa verdade, pois o mundo deseja que a juventude seja portadora de uma luta para buscarem somente aquilo que levam a conquistas pessoais e a prosperidade individual, como direito.

Mas a Igreja com a sua sabedoria Divina e com toda a força do Espírito Santo, não se intimida com as dificuldades encontradas pelo caminho, muito pelo contrário, utiliza das posições contrárias para mostrar e testemunhar que somente em Jesus podemos encontrar a nossa vida que tanto procuramos.

Viva a juventude portadora de um verdadeiro ideal Cristão!

Deus seja louvado!

Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


                    



                                                     Maria, Mãe e modelo de santidade!



A Comunidade Católica Pedras Vivas, tem como patrona "NOSSA SENHORA DE TODOS OS POVOS".
Maria, modelo de Santidade e mãe de todos os viventes, foi aquela que nunca soube dizer não à vontade do Pai. Chamada a participar do plano de salvação e lutando contra todas as dúvidas, comum a uma menina da sua idade, Maria respondeu com um "SIM" convicto de que poderia realmente ser aquela que geraria Jesus para o mundo.

A realidade de sua vida lhe dava todas as condições para perceber, através da pureza de seu coração, toda a manifestação de Deus. Aquela visita inesperada do Anjo, lhe trouxera uma certeza absoluta de que chegara a hora tão esperada pelo povo judeu. Maria não hesitou em corresponder à sua vocação de mãe, mas poderia ter dito "não" se considerasse as dificuldades futuras.
Somos todos chamados a imitar Maria com sua coragem de dar vida a Jesus. Não podemos
ter medo de perseguições e contrariedades, pois assim os teremos sempre em nossa caminhada por este vale de lágrimas.

Maria foi assunta ao céu, não pelas suas forças e poder, mas tão somente pela resposta do Pai, que a quis Bem-Aventurada por toda a eternidade. Por isso desejemos, como Maria, assumir a nossa condição de filhos e filhas de Deus, pois, somente gerando Jesus para o mundo e para todas as pessoas é que seremos arrebatados para o mais alto dos céus.

Nossa Senhora de Todos os Povos, rogai por nós!

Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas

segunda-feira, 27 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

   

   EUCARISTIA, NOSSA VIDA!
       
       “Eu sou o pão vivo que desceu do céu.” (Jo 6,51)

         “Os judeus discutiam entre si: ‘Como é que ele pode dar a sua carne para comer’?” (Jo 6, 52) Afirmar que seria fácil compreender o que Jesus queria dizer com estas palavras, é acreditar que somos capazes de compreender a realidade divina através da nossa humanidade, sem a comunhão com o Espírito Santo. São tantos os motivos para os judeus não entenderem, mas ficamos apenas com o fato de Jesus ser odiado por todos e ainda dizer que é o pão da vida. Ainda hoje este mistério é discutido por todos aqueles que não são cristãos católicos. Da mesma forma que os judeus não compreendiam esta afirmação de Jesus, as dúvidas e desconfiança pairam, não só entre os que não são cristãos católicos, mas em muitos batizados na Santa Mãe Igreja.
Estamos diante do mais profundo mistério da nossa fé, e podemos afirmar com toda a convicção de que é ponto mais alto, o cume, o pico e o único sentido da nossa fé. Não há nada mais importante para nós, cristãos católicos, que não seja a Santa Eucaristia. Está encerrada Nela tudo aquilo que dá vida e gera vida! Podemos dizer que os outros Sacramentos são como os rios menores que desaguam no Grande Rio e se unem para formarem um só curso para o mar, o céu!
Não podemos diminuir a importância da Eucaristia. De tão importante, não é possível entende-La por nós mesmos. Jesus sabia que estava mexendo com a inteligência de todos, inclusive com aqueles que o seguia como discípulos fieis. Jesus não desejou criar situações embaraçosas, mas Ele não tinha outra forma para explicar como estaria aqui entre nós após a ressurreição. Da mesma forma, mesmo sendo batizados e estando com Aquele que revela os mistérios divinos e a verdade, somos tentados a desconfiarmos da realidade Eucarística. Se todos os batizados vivessem de acordo com a fé professada, nenhum deles faltaria na Santa Missa do Domingo, dia do Senhor! Não existiriam motivos neste mundo que pudesse fazê-los deixarem de receber a Santa Eucaristia nas celebrações dominicais, a não ser em caso de enfermidade, numa cama de hospital. Não! Para o verdadeiro Católico não há nada neste mundo que o tire desta sublime comunhão!
“Quem se alimenta com este pão viverá para sempre.” (Jo 6, 58) Desejamos a vida. Desejamos viver a plenitude da vida. Queremos ser feliz. Queremos dar sentido à nossa vida. Desejamos as coisas boas para nós e para os nossos entes queridos. Mas não acreditamos nesta Palavra de Jesus! Procuramos dar sentido em nossa vida com as coisas que o mundo vai oferecendo. Queremos ver Jesus, mas com os olhos fixos no mundo e nos seus atrativos. Jesus consumou o plano de salvação fazendo-se alimento para a vida eterna. A Igreja vive esta realidade desde aquele momento do Cenáculo, onde estavam reunidos os discípulos, os Apóstolos e a Virgem Maria para receberem o Espírito Santo e darem início à nova Jerusalém Celeste. A partir desse momento, o pão consagrado tornou-se a fonte de vida para o novo homem viver o Reino de Amor instaurado por Jesus!
Quando comungamos a Eucaristia com a mesma fé que fez Jesus se transformar neste alimento, as nossas faculdades humanas se tornam fonte de Luz que faz Jesus ser revelado em nossos pensamentos e em nossas ações. Somos capazes de lutar bravamente contra o pecado e não aceitamos passivamente nenhum ato pecaminoso, pois nossos desejos permanecem dispostos a não perder a comunhão com Deus Pai. Caso pequemos, uma dor insuportável nos faz voltar logo para o convívio do Pai através de uma confissão firme e verdadeira. Este, em sua infinita misericórdia estará sempre de braços abertos esperando pela volta do(a) filho(a), para novamente lhe vestir novas vestes, colocar-lhe o anel e oferecer um novo banquete.
Portanto, precisamos entrar no coração de Jesus a fim de encontrar as vias do entendimento e da fé, pois não podemos diminuir o sentido deste Pão da Vida. Este Pão é Jesus! Precisamos dar sentido verdadeiro naquilo que professamos crer. Jesus não deixa de nos dirigir as mesmas palavras do Evangelho, quando afirma que no meio de nós existem aqueles que vêm, mas não acreditam. (Jo 6, 64) Por isso, em todos os momentos da nossa vida precisamos estar firmes na oração e constantes da fé, pois é na esperança que somos conduzidos pelas vias do Amor, onde os nossos olhos fixam-se em Jesus vivo no meio de nós. A Eucaristia nos faz adorar Jesus com uma dimensão de serviço, onde a fé nos transforma e cria em nós um desejo de torná-la razão da nossa própria existência.
Senhor Jesus, neste momento em que partilhamos o nosso maior tesouro, suplicamos ao Vosso Sagrado Coração que seja manifestado a cada um de nós o poder deste Santo Alimento, pois, Vós mesmo que nos ensinou ser Ele a fonte de vida eterna. Capacita-nos a viver a dimensão perfeita desta comunhão, onde não poderemos mais encontrar nenhum motivo para deixar de recebê-Lo na Santa Missa. Vem Virgem e Mãe Maria Santíssima, ensinar seus filhos a se transformarem em perfeitos Sacrários vivos da Hóstia Sagrada, assim como a Senhora se transformou. Amém!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Pedras Vivas
VÍDEO - WEBTV - CANÇÃO NOVA

domingo, 19 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


  1.                                     

              TRANSFORMADOS PARA TRANSFORMAR



                     "Ninguém põe vinho novo em odres velhos". (Mc 2, 22)   


                             

                               Estas palavras de Jesus fazem parte de uma resposta que Ele deu aos escribas dos fariseus (mestres da lei), num momento em que estavam à mesa na casa de Levi tomando refeição com alguns publicanos (cobradores de impostos) e pecadores. Em dado momento, os escribas questionaram Jesus porque seus discípulos não jejuavam como era a prática dos discípulos de João e dos fariseus. Antes disso, já haviam falado que Jesus comia com publicamos e pecadores, o que era completamente fora da lei e dos costumes judaicos. 

Em se tratando de responder com alegria e fidelidade tudo que Jesus quer falar aos nossos corações, não se pode perder nenhuma oportunidade para ouvir atentamente aquilo que Jesus ensina nos Evangelhos. Direcionando todos os nossos esforços e a nossa inteligência para esta parábola acima, precisamos inicialmente entender porque Jesus usou esta afirmativa: "vinho novo em odres velhos", para responder aos fariseus sobre seus questionamentos. Também é bom saber que o grupo que  questionava Jesus nesta passagem o perseguia ferozmente em toda a sua caminhada missionária. Sabemos que o vinho era a única bebida desta época, onde a prática de tomar vinho nas refeições era, e ainda é até os dias de hoje, um costume tradicional e cultural. 

"Odres" são vasilhas de couro confeccionadas com peles de animais. São muito usadas como recipientes do vinho para armazenar vinhos e também serem levados em viagens. Quando ficam velhos é comum é comum rasgar e estourar caso sejam colocados vinhos novos, e ainda mudar  o gosto e o sabor da bebida, por isso Jesus usou esse detalhe para responder aos escribas da lei. Entrando no contexto da resposta, existe nesta parábola aquilo que se esconde aos corações de todos aqueles que se aproximam de Jesus apenas para questionar e duvidar da sua Pessoa. Por isso vamos entrar de forma concreta nesta reflexão, a fim de compreender o sentido oculto de cada palavra de Jesus: suplicando a Ele que nos conceda sabedoria e luz para entendermos tudo que Ele deseja nos ensinar.

Jesus enriquece seus ensinamentos fazendo comparações interessantes, buscando em várias fontes a forma de encaixar na sua pedagogia aquilo que deseja mostrar. Neste caso específico dos odres velhos, Ele faz uma comparação que poderemos entender levando em conta aquilo que foi objeto de questionamento por parte dos escribas da lei: o jejum dos fariseus e dos discípulos de João Batista, e o não jejum dos discípulos de Jesus! Partindo desta realidade, vamos repetir na íntegra a resposta de Jesus: "Podem os amigos do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, não podem jejuar. Dias virão, porém, em que o noivo lhes será tirado; e então jejuarão naquele dia. Ninguém faz remendo de pano novo em roupa velha; porque a peça nova repuxa o vestido velho e o rasgo aumenta. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; caso contrário, o vinho estourará os odres, e tanto o vinho como os odres ficam inutilizados. Mas, vinho novo em odres novos!" (Mc 2, 19-22)

Imaginamos que Jesus confundiu completamente a razão e a inteligência daqueles homens que eram tidos como mestres da lei. Como pode fazer uma comparação de "jejum" com algo que aparentemente não tem nada a ver? Primeiro, Ele vem com a história dos amigos do noivo não poderem jejuar enquanto estão com o noivo. Logo depois, esta comparação da roupa velha e os odres velhos. Jesus é mesmo "espetacular". A sabedoria do mundo é loucura para Deus da mesma forma que a sabedoria de Deus é loucura para o mundo. É isso! Como não somos discípulos dos fariseus e nem do precursor João Batista, precisamos entender completamente em nossos sentidos tudo aquilo que Jesus esconde nesta parábola. Para isso, confirmamos a nossa súplica: Senhor Jesus, abra a nossa mente, ilumina a nossa inteligência, purifica o nosso coração e renova o nosso Espírito. Amém!

O noivo é Jesus, os amigos são os discípulos. Enquanto Jesus está com seus discípulos, o jejum perde todo o sentido, pois o jejum precisa ter um sentido de oferta que possa transformar em bem aquilo pelo qual se abstém. Os discípulos deixarem de comer sem ter uma noção exata do ato de jejuar fica vazio e sem sentido. Eles estão com Jesus, e o fato de jejuarem não muda em nada o valor espiritual do jejum. O jejum não vai beneficiar a ninguém, nem a eles mesmos, pois estar com Jesus é tudo que cada um mais precisa nesta caminhada missionária com o Mestre. Neste caso, o jejum se tornaria apenas uma prática, um costume. Quem pode dar e mostrar o verdadeiro sentido para o jejum é somente o Espírito Santo, e Este nenhum deles ainda conhecia. Portanto, a prática do jejum dos fariseus e dos discípulos de João, era apenas para mostrar que estavam fazendo um sacrifício a fim de merecer de Deus o perdão, ou ainda, ganhar de Deus algum benefício pessoal. 

Na prática, na lei religiosa e nos costumes dos homens, Jesus insere uma novidade e dá um novo sentido acrescido de uma espiritualidade proveniente do seu espírito, e não do instinto do homem ferido pelo pecado; bem como, os fundamentos que transformam completamente a mentalidade humana. Nesta perspectiva, precisamos buscar no coração de Jesus os meios que nos darão as vias para o total entendimento. Certamente, para entender as parábolas de Jesus é necessário estar completamente evolvido em sua divindade. Por isso: "vinho novo em odres novos" precisa entrar em nossa mente na forma que Jesus quis fazer a sua comparação. 

Jesus trouxe a Boa Nova, e com ela trouxe também o homem novo: Ele mesmo! Na verdade, a pessoa de Jesus é novidade somente para nós, não para Deus. Jesus feito homem é o homem perfeito tal e qual Adão e Eva antes do pecado. Portanto, sem essa razão natural de ser humano perfeito, não somos capazes de entender a humanidade de Jesus. Ora, estamos entrando num mistério sobrenatural onde as nossas faculdades estão desconectada com a perfeição do homem Jesus. Ainda mais sendo Jesus o filho de Deus, pois Ele conhece tudo que se refere à criação, a criatura e mais ainda, o Criador!

Está nesta complexidade a nossa maior dificuldade para o entendimento, mas não podemos nos perturbar, pois Jesus não deseja esconder nada de nós, ao contrário, deseja que todos nós participemos literalmente desta vida nova. Para isso, não podemos nos apresentar como "odres velhos", como homens velhos de antes, pois não poderemos suportar  o que vier de novidade e também ficaremos ainda mais confusos se misturados com a nossa caducidade. 

No entendimento dos fariseus e dos seus mestres, aquele Messias que viria para restaurar Israel conforme aprenderam nas Sagradas Escrituras, viria como um poderoso para mudar todas as estruturas de domínio, mas nunca imaginavam que viria para mudar a humanidade. Para eles, a lei era o sentido mais perfeito para se chegar a Deus e por Ele ser aceito, além de obter Dele as suas necessidades, mas não poderiam imaginar que Deus seria como um de nós.  Para eles Deus era alguém inimaginável de se ver e jamais poderia ser semelhante a um homem com todas as suas características humanas. Por isso Jesus faz este paralelo com a parábola do jejum. Para que jejuar se a pessoa que jejua segue a sua vida sendo a mesma pessoa? Para que jejuar se a prática deste jejum não transforma a pessoa que jejua e tão pouco faz desta pessoa o canal de transformação para as outras pessoas? Este jejum de deixar de comer para mostrar que está jejuando não tem  nenhum valor para Jesus. O jejum verdadeiro é aquele que faz a pessoa descobrir que pode ter domínio de si e ainda transformar este ato em caridade. Quem deixa de alimentar o corpo, alimenta a alma. Alimentar a alma é transbordar-se de vinho novo. 

Que Jesus nos dê sabedoria para abrir os ouvidos do nosso coração e poder ouvir claramente a sua voz. Vem, Senhor Jesus!


Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas

segunda-feira, 13 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


                


               A VIDA NOVA EM CRISTO





“Não andeis mais como andam os demais pagãos, na futilidade dos seus pensamentos, com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus, pela sua ignorância e pela dureza dos seus corações.” (Ef 4, 17-18)

               

                   Estamos partilhando um texto chave da Carta de São Paulo aos Efésios, carta esta que os exegetas e teólogos consideram como uma carta que sugere os mistérios da Igreja. É claro nas palavras de Paulo o chamado para todos entrarem no âmbito da fé, e passarem a viver de acordo com aquilo que propõe o Evangelho de Cristo. Fazendo um paralelo com a situação daquele povo e com a realidade da nossa época, podemos encontrar semelhanças nas mesmas dificuldades para colocarmos em prática o Evangelho anunciado.
O Evangelho de Cristo anunciado é o fundamento da nova vida trazida por Ele. Em todo o Seu projeto de salvação, Jesus traz novas situações de vida numa nova linguagem onde tudo se faz novo de acordo com o projeto inicial da humanidade criada na sua originalidade. A princípio parece que Jesus exige algo impossível para entendermos e vivermos, mas ao começar a mortificar o nosso homem velho, vamos percebendo que nesta Boa Nova está contido o que faz parte da nossa vida e da nossa perfeita humanidade. Tudo é novidade para o homem velho, caduco em seu sentido, mas íntimo do homem natural que estava escondido atrás da escuridão da morte.
Faz sentido Paulo exortar a todos deixarem de pensar e agir como o homem velho, pois ele quer dizer que o homem novo só poderá exercer a sua missão de viver a sua perfeita humanidade, respondendo ao Espírito Santo recebido no batismo, e não mais obedecer aos instintos do homem velho, pois esses instintos são guiados pelo pecado. Portanto, sem entender esta pedagogia evangélica, não saberemos como dar vida ao Espírito Santo que habita em nós, mas vamos seguindo a nossa vida podendo ser Santos, mas na verdade, caminhando para a morte.
Entrando ainda mais na realidade do nosso tempo, existem vários fatores que contribuem para deixarmos de viver como homens novos batizados com Espírito de Deus, que são as inúmeras formas de vida espirituais oferecidas pelo mundo pagão, que se tornam atrativos aos olhos e deliciosos ao coração, pois são fáceis de entender e não custa muito para viver. Em todas elas, as exigências são práticas rotineiras onde tudo se reduz a exercícios de caridade, onde o dar se torna o elemento eficaz para receber de volta. Onde o Amor não se traduz em doar a vida, mas doar algo que possa contribuir para ajudar a si mesmo, como se Deus estivesse anotando num caderninho as nossas boas ações.
Existem várias religiões, seitas, culturas, costumes e tradições que fogem completamente da verdade do Evangelho, onde a sua prática se torna, evidentemente, numa cortina de ferro entre o Espírito de Deus e o espírito imundo. Portanto, entre carregar o título de cristão católico e viver como tal, existe uma grande diferença. Por isso Paulo exorta a buscarmos um novo sentido para a nossa vida e não mais pensando como homem velho. A vida nova em Cristo sugere uma nova postura. É urgente tomarmos uma decisão para entrarmos no âmbito da fé e não mais aceitar viver a nossa caducidade. Urge viver o homem novo, onde as práticas evangélicas trazem ao nosso pensar e agir o homem verdadeiro desejado e sonhado pelo Criador. “Senhor, ajude-nos a tomar esta definitiva e salutar decisão de colocar em práticas as Suas palavras, não mais atendendo aos nossos instintos pecadores”. Sim! Não podemos mais agir de duas formas: ou agimos conforme o Espírito Santo que nos anima, ou incorreremos na caminhada para a morte definitiva.
“Ó tu, que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará” (Ef 5, 14b). Se Paulo nos chama para acordarmos deste sono de morte, outra coisa não podemos fazer que não seja realmente acordar para a vida. Às vezes achamos que estamos no caminho, mas a nossa vida não traduz isso. Vivemos sem uma perfeita intimidade com Jesus, onde a sua presença se torna impossível de ser sentida. Todas as outras formas espirituais de viver contradiz a verdade estabelecida pelo Espírito de Deus. O caminho de quem vive as suas ideias através de uma espiritualidade fora do Espírito de Deus, leva a lugares desconhecidos e misteriosos, onde a Luz de Deus não brilha. Este caminho é tenebroso e fecha as portas do céu, onde se encerra a nossa vida no Espírito Santo de Deus.
Portanto, a nossa escolha de agora define o nosso caminho. Precisamos decidir em qual direção vamos estabelecer os nossos passos. Não podemos mais andar por mais de um caminho, pois assim perderemos as pegadas de Cristo. Ser cristão é fazer dos nossos esforços a fim de nos amoldar a Jesus. É fazer do nosso dia-a-dia uma caminhada segura para o céu, onde Jesus nos espera sentado à direita do Pai. E, precisamos acreditar com toda a força da nossa alma, com todo o nosso coração, com todo o nosso entendimento e com toda a nossa inteligência, que não existe outro lugar que se possa encontrar este Caminho que não seja a Igreja Católica Apostólica Romana, esta, criada pela vida, morte e ressurreição de Jesus.
Pedimos pela generosa intercessão da Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, que nos ensine a buscar nas Sagradas Escrituras e no rosto de cada pessoa deste mundo, o rosto de Cristo Jesus, pois ela como ninguém conhece Aquele que ela gerou.

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

terça-feira, 7 de maio de 2013


   

     

    O PECADO PRECISA SER RECONHECIDO
           

                  “Tudo é permitido, mas nem tudo convém...
          

        Para iniciarmos a reflexão sobre o tema deste título, iremos mergulhar no Evangelho de João onde o Evangelista narra os acontecimentos que serão fundamentais para o nosso discernimento. A princípio, todos achavam que João era o Messias esperado, pois ele vivia como um verdadeiro profeta e era reconhecido como um homem de Deus por todo o povo da Judeia. No entanto, sabemos que a missão de João Batista era preparar o caminho para Jesus. Nesta missão, constava o batismo da conversão, onde os batizados eram mergulhados nas águas do rio Jordão como forma de arrependimento pelos pecados.

Numa certa ocasião, João Batista passou a ser questionado sobre a sua verdadeira identidade, pois os doutores da lei, os fariseus e os sacerdotes, começaram a perceber que ele dava sinais que o identificava com um profeta de poder, tanto que eles achavam que poderia ser ele o Messias esperado para restaurar Israel, ou Elias que voltou, ou ainda algum outro profeta. Mas, “João respondeu: Eu batizo com água. No meio de meio de vós, está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália”. (Jo 1, 26-27)

No entanto, o que vai dar sentido ao que propomos refletir vem logo após este episodio que aconteceria no dia seguinte. Estando novamente às margens do rio Jordão, João Batista vê Jesus aproximar-se dele e diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1, 29) Notemos que João Batista foi incisivo, consciente e firme ao referir-se a Jesus. Ele não usou outro termo para se referir a Ele, mas somente a sua mais direta identificação: “que tira o pecado do mundo”. Diante desta identificação, iremos buscar o melhor caminho para podermos discernir os passos a dar e entender a nossa verdadeira dificuldade para sermos verdadeiros discípulos de Jesus.

Podemos começar refletindo sobre a firmeza de João Batista ao revelar Jesus sob a ótica original, utilizando a verdadeira linguagem, sem subterfúgios e sem medo. Enquanto todos esperavam um Messias libertador, cheio de poderes para transformar a vida do povo de Israel e tirá-los das mãos dos romanos, ele mostrou que não veio com esta perspectiva, mas para tirar o pecado do mundo. Isso mostra que a verdadeira escravidão não está caracterizada pela vida do povo e das suas dificuldades em viver sob o domínio romano, mas na escravidão do pecado.

Nos dias de hoje Jesus se faz tão presente quanto aos tempos passados. Ele continua nesta mesma missão de tirar o pecado do mundo. Somos batizados com a mesma água, mas recebemos em nosso Batismo o que aqueles homens do Jordão ainda não recebiam: Aquele Espírito Santo que somente Jesus recebeu ao entrar nas águas do rio Jordão! Que coisa mais maravilhosa poderíamos desejar¿ Porque então somos tão diferentes de Jesus em nossa caminhada pela vida¿ É por que não nos arrependemos de nossos pecados. E porque não nos arrependemos do nosso pecado¿ Porque não os reconhecemos como pecado! Ah, que bom seria se todos nós fôssemos fieis ao nosso batismo. Quem dera se déssemos o valor real Daquilo que Deus Pai nos concedeu com seu Plano de Salvação. Quem dera se fôssemos corajosos como tantos homens e mulheres que passaram a vida lutando contra o pecado e viveram cada instante da vida levando às pessoas o anuncio de Jesus vivo. Quem dera se todos nós acreditássemos que nossos pecados se transformam numa parede que escurece a nossa alma e esconde a Luz de Jesus.

A rigor, não precisamos mais sofrer pelo pecado, pois ele foi vencido pelo sangue de Jesus, mas isso é assunto para outras reflexões. O que precisamos neste momento é entender como seremos capazes de descobrir que estamos pecando. Esta reflexão pode ter vários sentidos, mas vamos fixar apenas em uma que pode ser a via natural da Santa Mãe Igreja. Para isso, precisamos nos conscientizar que está vinculado à Igreja um poder de revelar a todos nós tudo aquilo que é da vontade de Deus. Antes de sabermos o que é pecado, precisamos entender a nossa natureza humana da forma criada por Deus. Tudo isso se revela em Sua Palavra expressa nas Sagradas Escrituras, onde a Igreja usa de seus poderes para interpretar segundo os valores sagrados.

Quanto a isso, precisamos entrar totalmente na história da Igreja, não simplesmente cumprindo os deveres e preceitos, mas “mergulhar pelas águas mais profundas”, onde quanto mais entramos, mais precisaremos de Luz. Quanto mais parecemos saciados, mais ficaremos com sede e com fome. É um verdadeiro mergulho num lugar que parecia estar escondido, mas vamos percebendo que tudo é tão íntimo de nós. Em tudo e em todos, nada fica escondido, pois a Luz se torna cada dia mais forte e vai iluminando todo o caminho, e nada fica às escondidas. O pecado vai se tornando tão claro que, quanto menor, mas visível se torna. É assim que precisamos entrar na pedagogia de João Batista: ir ao encontro de Jesus, não para buscar os benefícios, mas para matar o pecado em nós!

...Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. Ninguém procure satisfazer aos seus próprios interesses, mas aos do próximo”. (1 Cor 10, 23-24) Assim se completa o texto da Carta de Paulo aos Coríntios que citamos no início desta partilha. Estas palavras se tornam o desafio maior para a nossa reflexão e discernimento, pois estão nelas a Luz que ilumina a nossa mente e o nosso coração. Portanto, se torna fundamental entendermos isso como a parte mais importante desta partilha, pois ela pode mudar o rumo da nossa história. Lembremos que Paulo Apóstolo quis dizer que tudo que fizermos para satisfazer somente aos nossos interesses, sem estar neles inseridos os interesses de “todas” as outras pessoas, é pecado. Ou seja, aquilo que é bom só para mim, contradiz a vontade de Deus!

Este é o sentido da nossa vida: fazer a vontade de Deus, pois a vontade Dele, vivida e revelada pela Santa Mãe Igreja, não significa peso algum, mas a perfeita ordenação da nossa humanidade. Por isso pedimos a Ele, Pai, na força e fidelidade de Jesus, e na perfeita comunhão com o Espírito Santo Revelador, que seja sempre a Santíssima a presença viva neste mundo, pois a Luz ilumina os olhos da nossa mente e da nossa alma, revelando a todos nós onde pisar para chegarmos à Gloria eterna!
Deus seja louvado e adorado!
Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

sábado, 4 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


     


        MAIO, MÊS DE MARIA
                                      
                                                      “Bem aventurada aquela que acreditou”


O mês de maio tem um grande significado na vida do Cristão Católico. A maioria dos casamentos acontece neste mês e a disputa é acirrada entre as noivas. Durante todo o mês, crianças de todo o mundo, principalmente as meninas, fazem uma singela homenagem à Mãe de Jesus no ritual de coroação, prática esta que já faz parte do calendário em todas as igrejas católicas do mundo. Este é um dos momentos mais lindos das celebrações Marianas, onde a pureza da criança se torna a presença dos anjos dando sua reverência à pureza de Maria.

No entanto, este reconhecimento singelo e puro não pode se tornar o fato mais importante que podemos dar a Maria como retribuição pela sua fidelidade ao projeto de Deus Pai. Não podemos parar somente neste mês de maio e concentrar nele a nossa lembrança à Mãe do Salvador. Na história da salvação Maria teve e tem um papel fundamental nas pretensões de Deus para que seu projeto de vida nova tenha efeitos concretos. A Santa Mãe Igreja se curvou diante da sua relevante fidelidade e amor, e fez da história da família de Nazaré um marco importante para fortalecer a fé em sua caminhada apostólica. Nada acontece na Igreja sem o clamor de todo o corpo Sacerdotal e confiante na intercessão da Virgem Maria.

A Virgem Maria não é somente uma lembrança. Por isso, ela tem um papel fundamental na caminhada do povo de Deus rumo à eternidade. A ela Deus Pai constituiu para ser a mensageira oficial do Seu Reinado. Maria não se escondeu após a consumação do Reino realizado pela missão salvadora de Jesus, mas continua a guiar o povo e mostrar os caminhos diante dos perigos constantes em todas as gerações após a ressurreição. Maria vive no meio de nós alertando e dando os meios para não desanimarmos, assim como acontecia nos relatos evangélicos.

Estamos vivendo uma geração onde a Virgem Maria está sendo tratada de maneira real e não somente numa devoção como nos tempos anteriores. Os Movimentos da Igreja estão conhecendo com mais intimidade o papel que Maria teve na história, e fazendo dela uma verdadeira escola de fé. Nas poucas vezes que Maria foi citada nos relatos evangélicos, vamos perceber que foram nos momentos mais importante da caminhada de Jesus. É bom lembrar algum desses momentos: “Encarnação de Jesus”. Momento sublime onde o céu esperava com ansiedade o seu “Sim”. A sua fidelidade aos sinais e profecias, onde Deus Pai precisou confiar a uma simples menina, e a um carpinteiro toda a sua esperança de salvação. Seus olhos atentos a todos os movimentos de Jesus, pois ela aprendeu que além de um filho que saiu das suas entranhas, precisava conhecer a intimidade do menino Deus.

Poderíamos acrescentar com mais reflexão e muitas outras situações, mas, ficaremos nessas da fase infantil de Jesus em que Maria se deu conta da sua sublime missão. Porém, quando entramos de coração aberto no coração de Maria, notamos claramente a sua presença em cada situação, em cada caminho, em cada palavra e em cada gesto de Jesus, pois foi dela que veio todo o seu aprendizado para ser um bom homem de Deus. Isso,  podemos perceber quando vivemos a nossa caminhada cristã na escola de Maria, pois a sua docilidade se torna clara em nossos movimentos, palavras, olhares, docilidade e perseverança naquilo que somos chamados.

Somos todos chamados a viver o mês de Maria com ardor mais missionário do que todos os outros meses de maio da nossa vida. Para isso, precisamos educar os nossos sentidos e direcioná-los para buscar na Virgem Maria aquilo que Jesus buscava. Buscar em sua escola, não uma simples devoção, mas tudo aquilo que ela tem para mudar a nossa vida e mudar a nossa história. Certamente, Maria possui tudo que precisamos para ver Jesus. Por isso, não podemos para em nossa devoção popular. Se Deus a constituiu como a “Mensageira da Esperança”, precisamos entender a sua mensagem de Amor e fazer valer a nossa vocação de filhos de Deus, nos tornando mensageiros da Paz!

Ó Maria sem pecado original, ensina-nos a buscar em seu coração os desejos de Deus. Ensina-nos a buscar em seu olhar as palavras escondidas que Jesus descobria olhando para seus olhos. Ó  Virgem Maria, doce Mãe do Salvador, jamais deixe de sentir em seu coração as necessidades dos seus filhos, e não deixe que fiquemos entregues aos atrativos deste mundo.  Amém!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

quinta-feira, 2 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


         


     
       VOLTAR PARA O PAI
                 
                 “Quão grande é a misericórdia do Senhor e o seu perdão, para com todos aqueles
                                                que a Ele retornam”. (Eclo 17, 28)

           Estamos iniciando a nossa partilha com um texto do Livro do Eclesiástico onde o autor Sagrado nos dá a conhecer um princípio eterno. Isto significa que Deus não muda o que está escrito. Afirma o autor que é grande a misericórdia do Senhor Deus para com todos aqueles que a Ele retornam. A nossa reflexão neste texto precisa estar em sintonia com aquilo que compreendemos sobre o quis dizer o autor sobre “retornar para o Senhor”. Neste caso, precisamos estar conscientes de que estamos fora ou longe do Senhor Deus.

É muito importante esta questão, pois somente poderemos retornar a um determinado lugar se lá já estivemos anteriormente.  Então, o que precisamos entender é o significado de retornar ao Senhor! Com isso, a afirmação do texto nos faz refletir se estamos fora ou longe de Deus, o Senhor, pois se já estamos perto ou junto, ou completamente em comunhão com Ele, podemos afirmar que conhecemos a misericórdia de Deus.
Sabemos como cristãos católicos, que o Sacramento do Batismo nos dá a condição de sermos reconhecidos como filhos de Deus e, consequentemente, libertados do pecado original. Em seu conjunto de ação, o batismo nos insere na comunidade dos fiéis e recebemos a adoção filial. Passamos a ser considerados como filhos de Deus, conquistados pelo sacrifício de Jesus. Quando entendemos que sem este plano de salvação não teríamos como restituir a nossa perfeita natureza, começamos a perceber que realmente estamos fora de Deus. Um meio eficaz para percebermos que não estamos com Deus é através da nossa incapacidade de entender o sobrenatural e não perceber o que está escondido aos nossos olhos. Ao lermos textos bíblicos fora da Igreja sem que haja pessoas consagradas a nos ajudar na interpretação, certamente não entenderemos nada que lemos.

Estes são alguns exemplos que podemos citar, mas o que mais importa neste momento é a nossa convicção. Precisamos realmente estar conscientes da nossa relação com Deus. Estar com Deus é não atender às provocações do mundo. É ter a plena certeza da gravidade ao cometer um ato pecaminoso, pois quem não está em Deus muitas vezes peca sem ter consciência do pecado, ou não tem noção da sua gravidade. Queremos também lembrar que estar em comunhão com Deus não cria em nós uma imunidade ao pecado, mas nos capacita a não fazer dele o sentido na nossa vida. Logo após o ato pecaminoso, somos impelidos a “retornar” para o Senhor, pois com o pecado consumado sentimos que perdemos a sua perfeita comunhão com o Senhor. Que maravilha Deus fez conosco, nos deu a Santa Mãe Igreja. Ela é a portadora da chave que abre o coração de Deus para nós.

Para encerrar a nossa reflexão, lembramos que o Senhor Deus deseja ardentemente a nossa volta, bem como aquele senhor da parábola dos dois filhos do Evangelho de Mateus, onde um deles exigiu a metade da sua herança a fim de viver a sua liberdade. Nos relatos, sabemos o fim história e lembramos que o pai do jovem o esperava todos os dias pelo seu retorno, até que realmente aconteceu, pois o rapaz depois de tanto sofrimento lembrou-se que deixou alguém muito importante para trás. Assim somos nós. Deus nos deu não a metade da sua herança, mas toda a sua herança: a vida eterna, mas continuamos apenas tentando nos saciar com as migalhas do mundo. Deixemos, pois, de buscar as coisas passageiras a fim de encontrar o nosso caminho de volta. Deus abriu todas as portas do seu Reino de Amor e entregou as chaves para a Sua Igreja. Portanto, rogamos a Jesus que não permita que sejamos tentados a pisar fora do seu Caminho, pois descobrimos Nele está a Verdade e a Vida! (Jo 14, 6) Ficamos com esta Palavra de Vida Eterna: “Entretanto, de todos tens compaixão porque tudo podes, e fecha os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam.” (Sab 11, 23) Isto é Onipotência e Amor de Deus!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


     

     ACREDITAR NO AMOR
     

            Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é Amor!”
                                                      (1 Jo 4, 9)


         Quando se trata de falar sobre o Amor, parece que vamos entrar no assunto do qual não somos capazes de explicar com palavras, mas ao mesmo tempo podemos sentir que estamos no mais profundo da nossa intimidade. Realmente o Amor não se explica através das palavras, pois não se trata de algo visível aos nossos olhos e também na capacidade humana de entender. Quando contemplamos a narrativa de João em sua Primeira Carta, dá pra sentir o quanto existe de mistério no Amor, pois o autor Sagrado afirma sem rodeios que Deus é Amor.
Que doce mistério! Somos chamados a mergulhar nas profundezas destas águas, onde o mar não tem limites em sua imensidão. O mistério de Deus não se encerra em nossas limitações, e nem começa na nossa humanidade ferida pelo pecado, mas se revela gratuitamente a cada um de nós, em cada instante da nossa caminhada no dia-a-dia. É desejo de Deus revelar-Se a cada um de nós, pois esse desejo não vem de um sentimento, mas vem d’Ele mesmo em seu mistério de Amor. Por ser mistério, o Amor não se traduz com palavras. No entanto, por ser o fundamento da nossa vida, é dado em profusão, sem limites.      
Portanto, acreditar no Amor é passar da nossa humanidade ferida para o estado de vida Divino. Se não podemos entender o Amor por palavras, a Palavra precisa se tornar nossa carne, assim como se tornou carne em Jesus homem. Eis o mistério do Amor! Somos capazes de amar as pessoas, as coisas e toda a criação conforme a nossa índole pessoal, e também com o sentimento de amor que Deus inseriu em nossa humanidade, mas esses amores não são o “Amor Deus”, o Amor Ágape que é o Amor Maior, o Amor doação. Esses amores puramente humanos são tendenciosos e não passam de sentimentos. Podem acontecer e podem acabar com o tempo. Podem se transformar em outros sentimentos, pois não existem raízes de eternidade. O Amor humano pode ser conhecido de duas formas, que são: Amor “Eros”: é amor que sentimos através da atração física entre o homem e a mulher. Este amor nasce através da sedução erótica que faz parte da nossa humanidade. Não se trata de pecado ou erro homem e mulher sentirem-se atraídos um pelo outro, pois faz parte de nós. O desejo foi criado por Deus, e deste desejo nasce o amor erótico. Precisamos desejar a quem amamos para sentirmos atraídos pelo desejo do bem amado. Amor “Philia” que provém do grego e tem um significado próprio de sentimento de amizade, afeto, querer o bem, intimidade, entre outros. É o amor característico que sentimos pelos nossos pais, irmãos, familiares e amigos. É aquele amor que desejamos ao bem amado todo o bem, mas não o desejamos como no amor “Eros”.
Eis o mistério que todos nós somos convidados a conhecer. O convite é para sairmos da nossa humanidade ferida pelo pecado  e entrarmos na espiritualidade Divina. Recebemos o Elemento fundamental para viver esta nova realidade, que é o Espírito Santo que recebemos no Sacramento do Batismo e confirmado no Sacramento Crisma. O que precisamos neste momento é responder com o “sim” pelo chamado. Não podemos conhecer o Amor que é Deus e continuar vivendo apenas pelos amores humanos. Os amores humanos serão reordenados, revitalizados e caracterizados em sua natureza original, através do Amor Ágape. Ou seja, o Amor de Deus não substituirá os nossos amores, mas darão a eles uma ordenação divina. Seremos ainda melhores do que nossos primeiros pais, Adão e Eva, pois foram criados somente na humanidade.
Portanto, em se tratando do mais sublime de todos os mistérios, deixamos aqui as palavras, pois precisamos entrar no coração do Deus Amor, pois sem a sua Misericórdia Infinita, jamais poderemos viver os anseios do nosso coração. Por isso, suplicamos ao Bom Pai e Criador que jamais deixe de nos atrair a Ele. Pedimos também que não leve em conta as nossas dificuldades em acreditar no seu Amor, pois perdemos totalmente a nossa capacidade de entendê-Lo. Ensina-nos, Senhor, amar com seus amores!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

quarta-feira, 1 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS



PROVAÇÃO E CONSTÂNCIA, RIQUEZA E DOM DE DEUS
                                        

Sofrer sem nunca deixar de amar e perseverar



                  "Considerai uma grande alegria, meus irmãos, quando tiverdes de passar por diversas provações, pois sabeis que a prova da fé produz em vós a constância." (Tg 1, 2-3)


Mais uma vez nos reunimos para partilhar um tema que provoca em nós muitas inquietações, pois se trata de algo que nos incomoda e sempre aparece em nossa vida, que são as provações rotineiras da nossa caminhada. 
Desde os primórdios da vida humana, sabemos que o sofrimento aparece constantemente na caminhada do povo. Esta realidade vem ao encontro das palavras de Deus tão logo foi concretizado o primeiro pecado do homem, advindo de nossos primeiros pais: Adão e Eva. O pecado rompeu a nossa aliança com Deus e o fruto se dá pelo sofrimento e a morte. 

A morte passou a ter uma força que agride totalmente o nosso ser. A primeira geração do sofrimento foram os filhos de Adão e Eva, que são Abel e Caim. Foram eles os primeiros a experimentar a provação e sofrimento causado pelo caminho de morte gerado pelo pecado. Em Caim, criou-se um sentimento de ódio e de inveja, onde podem ser conhecidos através dos relatos bíblicos. Caim chegou a matar Abel pela inveja, pois não aceitou que os produtos do trabalho de Abel fossem considerados por Deus, como melhores que os dele.

Deste episódio em diante, as Sagradas Escrituras relatam muitos outros fatos que podemos conhecer em seus Livros Históricos. Mas a nossa reflexão será concentrada nos dias de hoje, pois nós mesmos podemos relatar com a nossa vida e a nossa história. Tantos são as nossas situações onde o sofrimento sempre bate em nossa porta, transformando repentinamente o curso da nossa caminhada. A uns o sofrimento vem menor, a outros, maiores. A uns vem pela doença. A outros pela perda de um ou mais entes queridos. Podemos dizer que também vêm pelas perseguições, rejeições, desempregos, dívidas, brigas familiares, relacionamentos, disputas judiciais, entres tantas outras situações. 

Diante do sofrimento, somos provados pela constância da fé e da esperança. Neste caso, podemos concluir que o sofrimento tem o peso de acordo com a nossa situação interior e de como estamos vivendo a nossa relação com Deus. . Ou seja, uma situação pode causar um sofrimento incapaz de ser suportado se estivermos desestabilizados na espiritualidade, ou ser pacientemente suportado no Amor e na esperança, se estivermos em profunda comunhão com Deus. Depende exclusivamente da nossa paz interior aquilo que passamos no dia-a-dia da nossa vida.

Como cristãos, precisamos entrar na pedagogia do Mestre Jesus, onde Ele deixou um legado de ensinamentos para seus escolhidos, a fim de poderem continuar a instauração do Reino de Amor através da própria vida. Portanto, desde o início da nova vida trazida por Jesus, iniciada pela fundação da sua Igreja, criada e formada pelas missões Apostólicas, o sofrimento e o sangue se tornaram a mola propulsora para dar força e entusiasmo aos que seguiam em missão. Em seu mistério de Amor, Jesus trouxe algo novo em sua missão evangelizadora, pois conseguiu transformar o sofrimento, a dor, a tribulação e a morte, em alegria e gozo espiritual. Não se conhece outra forma de alegrar o coração de um cristão que não seja sofrer por Jesus!

Qualquer outro meio que venha para provar a fé, a esperança e o Amor de quem for batizado na Santa Mãe Igreja, que não seja através do sofrimento e da dor, é mentiroso, é falso! E também, se aquele que se diz cristão correr e fugir do sofrimento, é sinal de que não ainda não entendeu nada!
No entanto, não se trata das virtudes humanas o homem suportar o sofrimento e a dor, mas com as virtudes divinas. Ao homem foi dada a capacidade de suportar um limite de peso, pois em sua misericórdia Deus não permite que lhe seja enviado um peso acima do que pode suportar. Mas, pela sua graça, Deus concede a quem quiser a força e a coragem para suportar o que lhe vier, pois será para a Sua honra e Glória, e não para a honra e glória do homem. 

Entramos com isso na pedagogia de Jesus e nele está a nossa total referência. Não se conhece um verdadeiro discípulo de Jesus senão pela sua vida de sofrimento. Diante da força do pecado, um cristão que deseja seguir as pegadas do Mestre precisa estar sempre pronto para responder com alegria a todos que lhe pedirem a razão da sua fé, e isto acontece em cada instante da vida. Não importa o momento que está vivendo, mas em todos eles a sua alegria precisa estar estampada em seu rosto. Essa alegria não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora. É aquela alegria de estar provando aquilo que Jesus provou ao fazer a vontade do Pai, e não a sua vontade. Assim também é aquele que decide ser discípulo. Portanto, a Alegria do Senhor é a nossa força!

Transformar em benção os nossos sofrimentos, e em alegrias as nossas dores, se tornam o nosso maior desafio. Por isso, está na fé e na esperança que vem de Deus esta força e entendimento. Em nenhuma situação da nossa vida poderemos anunciar e mostrar o seu rosto se não estivermos com o coração alegre e feliz. Nada neste mundo pode ser capaz de apagar a Luz de Jesus que está em nós. Nem o sofrimento, nem a dor e muito menos a morte. Em tudo e por tudo somos Luz. 

Portanto, nada disso que partilhamos terá valor evangélico se não colocarmos em prática. Nesta caminhada de sofrimento, de dor e de lágrimas, é fundamental a nossa consciência de fé. E a nossa fé não está fundamentada para este mundo. A nossa caminhada aqui neste mundo é exclusivamente para anunciar e revelar Jesus; seja casado, solteiro, ordenado, viúvo, enfermo, viajando, trabalhando, passeando, divertindo, velando, orando, celebrando. Em tudo precisamos ser a Luz de Jesus. É nesta consciência de fé que precisamos chegar. Nisso, correr do sofrimento e da dor é fugir do céu!

Pedimos a nossa "Mãe e Mestra" em sofrimentos, a Virgem Maria, que nos ensinem a sofrer por Jesus. Que ela possa tirar das suas sete dores os elementos que transformem nossos corações e nos fazem homens e mulheres fortes e firmes na fé. 


Deus seja louvado e adora!

Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas