quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FORMAÇÕES




A DISTORÇÃO DA ALEGRIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação total

Precisamos ser alegres; o cristão é alegre. A alegria faz bem para a alma. A Bíblia afirma que “a alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida” (Eclo 30,22-26).


São Francisco de Sales dizia que “um cristão triste é um triste cristão”. A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila e sabe que está nas mãos de Deus.


Mas o mundo confunde alegria com prazer; quando não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio... Mas há também prazeres injustos, por isso, pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco, etc..


Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas libertinagens!

Está chegando mais um carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da “alegria” e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm 6,23). Não pense que você pode ser feliz no pecado; isso é uma ilusão.

A tentação nos oferece o pecado assim como uma maça envenenada, mas caramelada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.

O mesmo se dá com quem se entrega, no carnaval, aos prazeres da carne: o sexo a qualquer custo, a prática da homossexualidade, o uso das drogas, o abuso da bebida, os gestos de violência... O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que rapidamente tudo isso passa vem o vazio, a tristeza.

Temos visto um espetáculo deprimente nos últimos carnavais; as próprias autoridades, querendo impedir a Aids, acabam fomentando o pecado. Os governos da união e dos estados distribuem amplamente a famigerada “camisinha” para que os foliões brinquem, gozem, mas sem o perigo de se contaminarem. Preserva-se o corpo e mata-se a alma; defende-se o prazer e a orgia e afunda-se a moral; lança-se o povo nos antigos bacanais gregos. No último carnaval vimos até o Presidente da República promovendo um triste espetáculo de distribuir cartelas de camisinhas aos foliões na Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro. Ora, o correto é ensinar os jovens a viver o sexo no lugar certo, no casamento, e não estimulá-los fora de hora.

Será que não temos algo melhor para dar aos nossos jovens e a nosso povo? Quantas crianças são geradas nas relações sexuais que acontecem nos carnavais! O que acontece depois? Algumas dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai criar e educar o filho sozinha. Isso não é justo, porque toda criança que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, de um lar, de ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma transa tresloucada.

O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, se abusamos da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se torna um mal e traz suas consequências negativas; isso não é uma alegria autêntica. O sexo dentro do plano de Deus é lindo, mas se o tiramos dentro do plano divino, ele pode ser causa de tristeza, adultério, doenças...

Nos pecados nós encontramos o caminho da morte; nas virtudes encontramos o caminho da paz.

Hoje, 90% dos presos são jovens; os traficantes morrem geralmente com 30 anos no máximo, porque o salário do pecado é a morte. Não pode haver alegria no pecado.

Nossa vida é consequência de nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas: "Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gl 6,8).

Quem faz do período carnavalesco uma oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá sem dúvida a tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a alegria. Há um ditado popular que diz assim: "Fazer o bem sem olhar a quem". A verdadeira alegria nasce de fazer o bem; quanto mais bem você faz às pessoas, mais será feliz.

O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: “A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria”. Não basta dizer: deixe a tristeza do pecado e venha viver a alegria das virtudes. Eu lhe dou a receita: Vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da alma, que são os sentidos, então feche os olhos, a boca, as mãos, se você sabe que por eles pode chegar ao pecado.

Os dias de carnaval nos oferecem grandes oportunidades para o pecado, tanto nas ruas, como na televisão, internet e nos clubes. Não é nisso que reside a verdadeira alegria; esta pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na leitura de bons livros e da Palavra de Deus; num tempo mais dedicado à oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.


FONTE: Canção Nova

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