sexta-feira, 16 de abril de 2010

LITURGIA DIÁRIA - HOMILIA




ESTAVA PRÓXIMA A PÁSCOA*

Postado por: Padre Pacheco

16 de abril/2010

A multiplicação dos pães é um dos grandes sinais de autorrevelação de Jesus que temos no Evangelho de São João. Como veremos em dias sucessivos, Cristo, partindo do pão material, multiplicado para a multidão faminta, deixa patente o Seu posterior discurso sobre o Pão da Vida, que Ele mesmo o é, o pão descido do céu e o pão Eucarístico – a Sua Carne e o Seu Sangue – que dá vida eterna ao que o recebe.

Do que antecede conclui-se que, na multiplicação dos pães, segundo o relato de João, além do plano histórico do fato em si, temos o nível teológico deste. Assim, por exemplo, o evangelista começa por fazer notar que estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Mas este ambiente pascal é mais que uma indicação pascal. Deste modo, a Sua Carne sacrificada será o alimento da nova Páscoa cristã.

Além desta perspectiva pascal, no sinal da multiplicação dos pães, podemos distinguir, entre outras, estas dimensões ou características: o seu valor messiânico, a sua intencionalidade Eucarística e a sua referência eclesial.

O valor messiânico da multiplicação dos pães depreende-se da sua condição de milagres que, como tal, anuncia a chegada do Reino e dos tempos messiânicos para os pobres de Deus, que O seguiam porque tinham visto os sinais – as curas – que fazia com os enfermos.

A intencionalidade Eucarística do ato torna-se visível na cena ritual e literária deste. Os gestos de Jesus antes da multiplicação são idênticos aos da Última Ceia: “Jesus tomou os pães, deu graças e repartiu-os pelos que estavam sentados”. Depois mandou recolher as sobras para que nada se desperdiçasse.

A referência eclesial dos pães radica na condição itinerante do novo povo de Deus, que é a Igreja. Se o maná foi o alimento de Israel, peregrino no deserto, o Pão da Vida, que é Jesus, será o que sacia a fome e a sede do novo povo de Deus ao longo dos séculos. Repartir o Pão Eucarístico é e continuará a ser obra confiada por Jesus à Sua Igreja, assim como a solidariedade com os que têm fome de “pão” em toda a sua amplitude: física, espiritual e afetiva.

Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 197-198. Paulus: 2000.
FONTE: Canção Nova

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