quinta-feira, 21 de abril de 2011

ATUALIDADES


VIVER A PAZ NO MUNDO DA VIOLÊCIA



Sai Deus, entra o homem



"E Deus viu que tudo era bom." (Gn 1, 10)

Assim começa a história da criação: Deus fez a terra, o céu, o mar, as águas, os animais, a Luz e todo o firmamento, e viu que tudo era bom. Depois que percebeu a beleza da sua criação, formou o homem do barro, soprou em suas narinas e o amou, pois tudo o que havia criado pensou exatamente no homem, o ser mais belo de toda a Sua criação.

Fez o homem à Sua imagem e semelhança para não haver diferença em Sí mesmo e aquela criatura que Ele teria como a Sua própria vida. Sim, Deus não pensou em nada sem nós! Só nós podemos ver e sentir o nosso criador, ao acontrário de todas as outras criaturas. Isso é muito bom!

No entanto, perdemos esta intimidade com o nosso criador, que resultou na perda da nossa consciência natural. Continuamos sendo amados da mesma forma, mas não fazemos nenhuma ligação com Ele e com a nossa humanidade ferida pelo pecado.

Perdemos a nossa identidade de filhos de Deus. Somos guiados pelos nossos instintos e agimos conforme a nossa índole pessoal. Que pena!
Hoje o mundo não conhece Deus através da nossa vida, do nosso rosto, das nossas ações. Vivemos para nós e para todos somente aquilo que somos. Não somos capazes de mostrar o rosto de Deus, apesar de sermos a Sua imagem e semelhança. O mundo convive com o que há pior naquilo que foi transformado o homem: na morte.

O pecado transformou a natureza do homem em civilização do desamor. Somos capazes de matar e destruir tudo e a todos com uma facilidade natural, como se fizesse parte da nossa natureza humana. Não! Deus não criou o homem para viver de forma tão desordenada.

Se a natureza vive com tanta exuberância a sua forma natural, cabe ao homem combinar a sua natureza com esta naturalidade. Precisamos voltar à nossa condição de homem novo, tal e qual fomos sonhados e desejados por Deus; afinal, demos certo! Somos seres perfeitos como Deus assim nos tornou. Não podemos nos conformar com este homem sem noção das coisas que nos tornamos.

Nos tornamos presa fácil para o nosso inimigo, que faz de nós o que quer. Perdemos a consciência do natural e banalizamos as coisas mais belas da nossa vida: bem como a família, os amigos, a comunidade, a pureza do nosso coração e acima de tudo isso, o Amor.

Como exigir a paz num mundo onde o Amor, que é o próprio Deus, foi banalizado. Deus deixou de existir para o mundo, pois o homem substituiu Deus por sí mesmo. O homem não é capaz de ouvir mais a voz de Deus, este que não deixa de falar com Seu povo.

Estamos vivendo mais um tempo da Paixão do Senhor, onde a Igreja atualiza os acontecimentos históricos da salvação. É um tempo favorável para nós cristãos refletirmos naquilo que este tempo propõe. Refletir com que Amor Deus nos ama, a ponto de não poupar a vida do Seu próprio filho, que se tornou um de nós para fazer morrer Nele toda a miséria do seu povo.

Procuremos viver esses dias com um novo olhar, abrindo o nosso coração para Deus como nunca abrimos antes. Olhando para o rosto chagado de Cristo, buscando naquele sofrimento, a Luz da esperança que se renova em sua promessa de ressurreição. Olhando para a fidelidade de Maria que abriu mão do seu direito de mãe, e tudo fez para cumprir a vontade do Pai; e em nenhum momento se apegou ao filho apenas como sendo seu, mas sofrendo com Ele confiando em Suas Palavras.

Deus viu que tudo era muito bom! Portanto, olhemos com os olhos de Deus para tudo ao nosso redor, pois Deus não criou tudo isso apenas para Ele ver que tudo é muito bom!

Abraços com a ternura de Cristo!

Carlos - Comunidade Pedras Vivas

Nenhum comentário:

Postar um comentário