FAZER O BEM É UM DIREITO E NÃO UM DEVER
“Conduzi-vos
como pessoas livres, mas sem usar a liberdade como pretexto
para o
mal. Pelo contrário, sede servos de Deus”. (1 Pd 2, 16)
Quando somos chamados a
transformar a nossa vida e a nossa história de acordo com os princípios
evangélicos, uma das características desta mudança se concentra na cura e na
libertação do nosso coração, onde está toda a essência da nossa existência e
onde guardamos tudo que passamos durante a nossa caminhada terrestre. Somos
movidos pelas moções do nosso coração, que significa responder com pensamentos
e atos aquilo que ouvimos e decidimos fazer.
A moção é uma
resposta que temos daquilo que entra em nosso coração. Um exemplo que podemos
dar é a reação que sentimos quando lemos ou escutamos alguma passagem da
Sagrada Escritura. Ao ouvir ou ler esta Palavra, poderá causar uma consolação
ou uma desolação dentro de nós, que se traduz como “moção”! Portanto, a nossa
reação para dar sentido a esta Palavra será de acordo com a situação que se
encontra o nosso coração: se ele está na Paz de Jesus, a resposta virá com
alegria e consolo e a Palavra se tonará vida em nós; mas se não estiver na Paz
de Jesus, virá uma desolação e causará tristeza, e a Palavra não dará vida.
Uma das razões
para o nosso coração estar machucado são as várias angústias, revoltas, mágoas,
decepções, sofrimentos, aflições, ódios, tristezas, rancores, ciúmes e derrotas
que sofremos no dia a dia da nossa vida. Um coração que guarda tudo isso no
curso da vida, não é capaz de fazer o bem e nem tão pouco desejar o bem para si
mesmo. Um coração que vai acumulando as coisas que vão acontecendo pelo caminho
da vida se torna o maior peso que uma pessoa pode carregar. Torna-se impossível
alguém com este peso pensar e agir para o bem. Mesmo através de um grande
esforço pessoal, um coração ferido e machucado não pode amar com se deve amar.
Como podemos
notar, para fazer o bem que precisamos fazer é necessário estar com o coração
totalmente livre para amar. Por isso, não temos outra forma para colocar em
prática a Palavra de Deus que não seja acolhendo com o coração limpo e puro, a
fim de fazer com que ela possa germinar e se tornar carne da nossa carne, pois
este é o nosso direito adquirido pela bondade e misericórdia de Deus. A Palavra
de Deus só tem sentido para nós quando colocada em prática. Para coloca-la em
prática é preciso vivê-la. Para vivê-la precisamos estar com o coração puro
como de uma criança!
Portanto,
aquilo que precisamos fazer por Amor se torna um direito e não um dever.
Recebemos de Deus todas as garantias da eternidade e não foram pelos nossos
merecimentos, mas pelo seu grande Amor por cada um de nós. Por isso, o Amor não
combina com obrigação e nem com um dever, mas despojado de qualquer meio que
não seja totalmente pelas vias da nossa liberdade de amar. Possuímos dentro de
nós a inata capacidade de amar, pois nascemos e nos movemos para amar. A nossa
vida só tem sentido quando amamos. Sem Amor não temos como fazer o bem, nem
para nós e nem para quem quer que seja!
É com este principio
que precisamos entrar no coração de Jesus: curar as feridas do nosso coração!
As feridas de Jesus são o remédio para a cura e libertação do nosso coração.
Por isso, entrando pelas vias do Amor e da oração, rogamos ao Senhor da Vida
que cure e liberte o nosso coração. Que seja Ele a dar sentido aos nossos
pensamentos e em nossas ações. Conceda-nos, Senhor, sabedoria, Luz e força a
fim de podermos lavar e transformar o nosso coração para sermos verdadeiros
filhos de Deus, e assim passarmos a viver como discípulos, sem obrigação, mas
pelo direito de viver no Amor. Amém!
Deus seja
louvado e adorado!
Carlos Alberto
Batista – Comunidade Pedras Vivas
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