“Quão grande é a misericórdia do Senhor
e o seu perdão, para com todos aqueles
que a Ele retornam”. (Eclo 17, 28)
Estamos iniciando a nossa partilha
com um texto do Livro do Eclesiástico onde o autor Sagrado nos dá a conhecer um
princípio eterno. Isto significa que Deus não muda o que está escrito. Afirma o
autor que é grande a misericórdia do Senhor Deus para com todos aqueles que a
Ele retornam. A nossa reflexão neste texto precisa estar em sintonia com aquilo
que compreendemos sobre o quis dizer o autor sobre “retornar para o Senhor”. Neste
caso, precisamos estar conscientes de que estamos fora ou longe do Senhor Deus.
É muito
importante esta questão, pois somente poderemos retornar a um determinado lugar
se lá já estivemos anteriormente. Então,
o que precisamos entender é o significado de retornar ao Senhor! Com isso, a
afirmação do texto nos faz refletir se estamos fora ou longe de Deus, o Senhor,
pois se já estamos perto ou junto, ou completamente em comunhão com Ele, podemos
afirmar que conhecemos a misericórdia de Deus.
Sabemos como
cristãos católicos, que o Sacramento do Batismo nos dá a condição de sermos
reconhecidos como filhos de Deus e, consequentemente, libertados do pecado
original. Em seu conjunto de ação, o batismo nos insere na comunidade dos fiéis
e recebemos a adoção filial. Passamos a ser considerados como filhos de Deus,
conquistados pelo sacrifício de Jesus. Quando entendemos que sem este plano de
salvação não teríamos como restituir a nossa perfeita natureza, começamos a
perceber que realmente estamos fora de Deus. Um meio eficaz para percebermos
que não estamos com Deus é através da nossa incapacidade de entender o
sobrenatural e não perceber o que está escondido aos nossos olhos. Ao lermos
textos bíblicos fora da Igreja sem que haja pessoas consagradas a nos ajudar na
interpretação, certamente não entenderemos nada que lemos.
Estes são
alguns exemplos que podemos citar, mas o que mais importa neste momento é a
nossa convicção. Precisamos realmente estar conscientes da nossa relação com
Deus. Estar com Deus é não atender às provocações do mundo. É ter a plena
certeza da gravidade ao cometer um ato pecaminoso, pois quem não está em Deus
muitas vezes peca sem ter consciência do pecado, ou não tem noção da sua
gravidade. Queremos também lembrar que estar em comunhão com Deus não cria em
nós uma imunidade ao pecado, mas nos capacita a não fazer dele o sentido na nossa
vida. Logo após o ato pecaminoso, somos impelidos a “retornar” para o Senhor,
pois com o pecado consumado sentimos que perdemos a sua perfeita comunhão com o
Senhor. Que maravilha Deus fez conosco, nos deu a Santa Mãe Igreja. Ela é a
portadora da chave que abre o coração de Deus para nós.
Para
encerrar a nossa reflexão, lembramos que o Senhor Deus deseja ardentemente a
nossa volta, bem como aquele senhor da parábola dos dois filhos do Evangelho de
Mateus, onde um deles exigiu a metade da sua herança a fim de viver a sua
liberdade. Nos relatos, sabemos o fim história e lembramos que o pai do jovem o
esperava todos os dias pelo seu retorno, até que realmente aconteceu, pois o
rapaz depois de tanto sofrimento lembrou-se que deixou alguém muito importante
para trás. Assim somos nós. Deus nos deu não a metade da sua herança, mas toda
a sua herança: a vida eterna, mas continuamos apenas tentando nos saciar com as
migalhas do mundo. Deixemos, pois, de buscar as coisas passageiras a fim de
encontrar o nosso caminho de volta. Deus abriu todas as portas do seu Reino de
Amor e entregou as chaves para a Sua Igreja. Portanto, rogamos a Jesus que não
permita que sejamos tentados a pisar fora do seu Caminho, pois descobrimos Nele
está a Verdade e a Vida! (Jo 14, 6) Ficamos com esta Palavra de Vida Eterna: “Entretanto,
de todos tens compaixão porque tudo podes, e fecha os olhos aos pecados dos mortais,
para que se arrependam.” (Sab 11, 23) Isto é Onipotência e Amor de Deus!
Deus seja
louvado e adorado!
Carlos
Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas
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