quinta-feira, 2 de maio de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS


         


     
       VOLTAR PARA O PAI
                 
                 “Quão grande é a misericórdia do Senhor e o seu perdão, para com todos aqueles
                                                que a Ele retornam”. (Eclo 17, 28)

           Estamos iniciando a nossa partilha com um texto do Livro do Eclesiástico onde o autor Sagrado nos dá a conhecer um princípio eterno. Isto significa que Deus não muda o que está escrito. Afirma o autor que é grande a misericórdia do Senhor Deus para com todos aqueles que a Ele retornam. A nossa reflexão neste texto precisa estar em sintonia com aquilo que compreendemos sobre o quis dizer o autor sobre “retornar para o Senhor”. Neste caso, precisamos estar conscientes de que estamos fora ou longe do Senhor Deus.

É muito importante esta questão, pois somente poderemos retornar a um determinado lugar se lá já estivemos anteriormente.  Então, o que precisamos entender é o significado de retornar ao Senhor! Com isso, a afirmação do texto nos faz refletir se estamos fora ou longe de Deus, o Senhor, pois se já estamos perto ou junto, ou completamente em comunhão com Ele, podemos afirmar que conhecemos a misericórdia de Deus.
Sabemos como cristãos católicos, que o Sacramento do Batismo nos dá a condição de sermos reconhecidos como filhos de Deus e, consequentemente, libertados do pecado original. Em seu conjunto de ação, o batismo nos insere na comunidade dos fiéis e recebemos a adoção filial. Passamos a ser considerados como filhos de Deus, conquistados pelo sacrifício de Jesus. Quando entendemos que sem este plano de salvação não teríamos como restituir a nossa perfeita natureza, começamos a perceber que realmente estamos fora de Deus. Um meio eficaz para percebermos que não estamos com Deus é através da nossa incapacidade de entender o sobrenatural e não perceber o que está escondido aos nossos olhos. Ao lermos textos bíblicos fora da Igreja sem que haja pessoas consagradas a nos ajudar na interpretação, certamente não entenderemos nada que lemos.

Estes são alguns exemplos que podemos citar, mas o que mais importa neste momento é a nossa convicção. Precisamos realmente estar conscientes da nossa relação com Deus. Estar com Deus é não atender às provocações do mundo. É ter a plena certeza da gravidade ao cometer um ato pecaminoso, pois quem não está em Deus muitas vezes peca sem ter consciência do pecado, ou não tem noção da sua gravidade. Queremos também lembrar que estar em comunhão com Deus não cria em nós uma imunidade ao pecado, mas nos capacita a não fazer dele o sentido na nossa vida. Logo após o ato pecaminoso, somos impelidos a “retornar” para o Senhor, pois com o pecado consumado sentimos que perdemos a sua perfeita comunhão com o Senhor. Que maravilha Deus fez conosco, nos deu a Santa Mãe Igreja. Ela é a portadora da chave que abre o coração de Deus para nós.

Para encerrar a nossa reflexão, lembramos que o Senhor Deus deseja ardentemente a nossa volta, bem como aquele senhor da parábola dos dois filhos do Evangelho de Mateus, onde um deles exigiu a metade da sua herança a fim de viver a sua liberdade. Nos relatos, sabemos o fim história e lembramos que o pai do jovem o esperava todos os dias pelo seu retorno, até que realmente aconteceu, pois o rapaz depois de tanto sofrimento lembrou-se que deixou alguém muito importante para trás. Assim somos nós. Deus nos deu não a metade da sua herança, mas toda a sua herança: a vida eterna, mas continuamos apenas tentando nos saciar com as migalhas do mundo. Deixemos, pois, de buscar as coisas passageiras a fim de encontrar o nosso caminho de volta. Deus abriu todas as portas do seu Reino de Amor e entregou as chaves para a Sua Igreja. Portanto, rogamos a Jesus que não permita que sejamos tentados a pisar fora do seu Caminho, pois descobrimos Nele está a Verdade e a Vida! (Jo 14, 6) Ficamos com esta Palavra de Vida Eterna: “Entretanto, de todos tens compaixão porque tudo podes, e fecha os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam.” (Sab 11, 23) Isto é Onipotência e Amor de Deus!

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas

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