ACREDITAR NO AMOR
Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é Amor!”
(1 Jo 4, 9)
(1 Jo 4, 9)
Quando se trata de falar sobre o Amor, parece
que vamos entrar no assunto do qual não somos capazes de explicar com palavras,
mas ao mesmo tempo podemos sentir que estamos no mais profundo da nossa
intimidade. Realmente o Amor não se explica através das palavras, pois não se
trata de algo visível aos nossos olhos e também na capacidade humana de
entender. Quando contemplamos a narrativa de João em sua Primeira Carta, dá pra
sentir o quanto existe de mistério no Amor, pois o autor Sagrado afirma sem
rodeios que Deus é Amor.
Que doce mistério!
Somos chamados a mergulhar nas profundezas destas águas, onde o mar não tem
limites em sua imensidão. O mistério de Deus não se encerra em nossas
limitações, e nem começa na nossa humanidade ferida pelo pecado, mas se revela gratuitamente
a cada um de nós, em cada instante da nossa caminhada no dia-a-dia. É desejo de
Deus revelar-Se a cada um de nós, pois esse desejo não vem de um sentimento,
mas vem d’Ele mesmo em seu mistério de Amor. Por ser mistério, o Amor não se
traduz com palavras. No entanto, por ser o fundamento da nossa vida, é dado em
profusão, sem limites.
Portanto, acreditar
no Amor é passar da nossa humanidade ferida para o estado de vida Divino. Se
não podemos entender o Amor por palavras, a Palavra precisa se tornar nossa
carne, assim como se tornou carne em Jesus homem. Eis o mistério do Amor! Somos
capazes de amar as pessoas, as coisas e toda a criação conforme a nossa índole
pessoal, e também com o sentimento de amor que Deus inseriu em nossa humanidade,
mas esses amores não são o “Amor Deus”, o Amor Ágape que é o Amor Maior, o Amor
doação. Esses amores puramente humanos são tendenciosos e não passam de
sentimentos. Podem acontecer e podem acabar com o tempo. Podem se transformar
em outros sentimentos, pois não existem raízes de eternidade. O Amor humano
pode ser conhecido de duas formas, que são: Amor “Eros”: é amor que sentimos
através da atração física entre o homem e a mulher. Este amor nasce através da
sedução erótica que faz parte da nossa humanidade. Não se trata de pecado ou
erro homem e mulher sentirem-se atraídos um pelo outro, pois faz parte de nós. O
desejo foi criado por Deus, e deste desejo nasce o amor erótico. Precisamos
desejar a quem amamos para sentirmos atraídos pelo desejo do bem amado. Amor “Philia”
que provém do grego e tem um significado próprio de sentimento de amizade,
afeto, querer o bem, intimidade, entre outros. É o amor característico que
sentimos pelos nossos pais, irmãos, familiares e amigos. É aquele amor que
desejamos ao bem amado todo o bem, mas não o desejamos como no amor “Eros”.
Eis o
mistério que todos nós somos convidados a conhecer. O convite é para sairmos da
nossa humanidade ferida pelo pecado e
entrarmos na espiritualidade Divina. Recebemos o Elemento fundamental para
viver esta nova realidade, que é o Espírito Santo que recebemos no Sacramento
do Batismo e confirmado no Sacramento Crisma. O que precisamos neste momento é
responder com o “sim” pelo chamado. Não podemos conhecer o Amor que é Deus e
continuar vivendo apenas pelos amores humanos. Os amores humanos serão reordenados,
revitalizados e caracterizados em sua natureza original, através do Amor Ágape.
Ou seja, o Amor de Deus não substituirá os nossos amores, mas darão a eles uma
ordenação divina. Seremos ainda melhores do que nossos primeiros pais, Adão e
Eva, pois foram criados somente na humanidade.
Portanto, em
se tratando do mais sublime de todos os mistérios, deixamos aqui as palavras,
pois precisamos entrar no coração do Deus Amor, pois sem a sua Misericórdia
Infinita, jamais poderemos viver os anseios do nosso coração. Por isso,
suplicamos ao Bom Pai e Criador que jamais deixe de nos atrair a Ele. Pedimos também
que não leve em conta as nossas dificuldades em acreditar no seu Amor, pois
perdemos totalmente a nossa capacidade de entendê-Lo. Ensina-nos, Senhor, amar
com seus amores!
Deus seja
louvado e adorado!
Carlos
Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas
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