A VIDA NOVA EM CRISTO
“Não andeis mais como andam os demais pagãos, na futilidade dos seus
pensamentos, com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus, pela
sua ignorância e pela dureza dos seus corações.” (Ef 4, 17-18)
Estamos
partilhando um texto chave da Carta de São Paulo aos Efésios, carta esta que os
exegetas e teólogos consideram como uma carta que sugere os mistérios da
Igreja. É claro nas palavras de Paulo o chamado para todos entrarem no âmbito
da fé, e passarem a viver de acordo com aquilo que propõe o Evangelho de
Cristo. Fazendo um paralelo com a situação daquele povo e com a realidade da
nossa época, podemos encontrar semelhanças nas mesmas dificuldades para colocarmos
em prática o Evangelho anunciado.
O Evangelho de Cristo anunciado é o fundamento da nova vida trazida por
Ele. Em todo o Seu projeto de salvação, Jesus traz novas situações de vida numa
nova linguagem onde tudo se faz novo de acordo com o projeto inicial da
humanidade criada na sua originalidade. A princípio parece que Jesus exige algo
impossível para entendermos e vivermos, mas ao começar a mortificar o nosso
homem velho, vamos percebendo que nesta Boa Nova está contido o que faz parte
da nossa vida e da nossa perfeita humanidade. Tudo é novidade para o homem
velho, caduco em seu sentido, mas íntimo do homem natural que estava escondido atrás
da escuridão da morte.
Faz sentido Paulo exortar a todos deixarem de pensar e agir como o
homem velho, pois ele quer dizer que o homem novo só poderá exercer a sua
missão de viver a sua perfeita humanidade, respondendo ao Espírito Santo
recebido no batismo, e não mais obedecer aos instintos do homem velho, pois
esses instintos são guiados pelo pecado. Portanto, sem entender esta pedagogia
evangélica, não saberemos como dar vida ao Espírito Santo que habita em nós,
mas vamos seguindo a nossa vida podendo ser Santos, mas na verdade, caminhando
para a morte.
Entrando ainda mais na realidade do nosso tempo, existem vários fatores
que contribuem para deixarmos de viver como homens novos batizados com Espírito
de Deus, que são as inúmeras formas de vida espirituais oferecidas pelo mundo
pagão, que se tornam atrativos aos olhos e deliciosos ao coração, pois são
fáceis de entender e não custa muito para viver. Em todas elas, as exigências
são práticas rotineiras onde tudo se reduz a exercícios de caridade, onde o dar
se torna o elemento eficaz para receber de volta. Onde o Amor não se traduz em
doar a vida, mas doar algo que possa contribuir para ajudar a si mesmo, como se
Deus estivesse anotando num caderninho as nossas boas ações.
Existem várias religiões, seitas, culturas, costumes e tradições que
fogem completamente da verdade do Evangelho, onde a sua prática se torna,
evidentemente, numa cortina de ferro entre o Espírito de Deus e o espírito
imundo. Portanto, entre carregar o título de cristão católico e viver como tal,
existe uma grande diferença. Por isso Paulo exorta a buscarmos um novo sentido
para a nossa vida e não mais pensando como homem velho. A vida nova em Cristo
sugere uma nova postura. É urgente tomarmos uma decisão para entrarmos no
âmbito da fé e não mais aceitar viver a nossa caducidade. Urge viver o homem
novo, onde as práticas evangélicas trazem ao nosso pensar e agir o homem
verdadeiro desejado e sonhado pelo Criador. “Senhor, ajude-nos a tomar esta
definitiva e salutar decisão de colocar em práticas as Suas palavras, não mais
atendendo aos nossos instintos pecadores”. Sim! Não podemos mais agir de duas
formas: ou agimos conforme o Espírito Santo que nos anima, ou incorreremos na
caminhada para a morte definitiva.
“Ó tu, que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo
te iluminará” (Ef 5, 14b). Se Paulo nos chama para acordarmos deste sono de
morte, outra coisa não podemos fazer que não seja realmente acordar para a
vida. Às vezes achamos que estamos no caminho, mas a nossa vida não traduz
isso. Vivemos sem uma perfeita intimidade com Jesus, onde a sua presença se
torna impossível de ser sentida. Todas as outras formas espirituais de viver
contradiz a verdade estabelecida pelo Espírito de Deus. O caminho de quem vive
as suas ideias através de uma espiritualidade fora do Espírito de Deus, leva a
lugares desconhecidos e misteriosos, onde a Luz de Deus não brilha. Este
caminho é tenebroso e fecha as portas do céu, onde se encerra a nossa vida no
Espírito Santo de Deus.
Portanto, a nossa escolha de agora define o nosso caminho. Precisamos
decidir em qual direção vamos estabelecer os nossos passos. Não podemos mais
andar por mais de um caminho, pois assim perderemos as pegadas de Cristo. Ser
cristão é fazer dos nossos esforços a fim de nos amoldar a Jesus. É fazer do
nosso dia-a-dia uma caminhada segura para o céu, onde Jesus nos espera sentado
à direita do Pai. E, precisamos acreditar com toda a força da nossa alma, com
todo o nosso coração, com todo o nosso entendimento e com toda a nossa
inteligência, que não existe outro lugar que se possa encontrar este Caminho
que não seja a Igreja Católica Apostólica Romana, esta, criada pela vida, morte
e ressurreição de Jesus.
Pedimos pela generosa intercessão da Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe
da Igreja, que nos ensine a buscar nas Sagradas Escrituras e no rosto de cada
pessoa deste mundo, o rosto de Cristo Jesus, pois ela como ninguém conhece
Aquele que ela gerou.
Deus seja louvado e adorado!
Carlos Alberto Batista – Comunidade Católica Pedras Vivas
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