A SANTIDADE É O MELHOR SERVIÇO À IGREJA
"Que a vossa amabilidade seja conhecida por todos os homens"
(Fl 4,4)
Ao fundar a Santa Mãe Igreja sob o Ministério dos Apóstolos, Jesus deixou claro que os mesmos iriam fazer as coisas que Ele fez, e até maiores, pois sabia que o tempo da Igreja seria longo neste mundo, e de acordo com cada geração, a mesma teria que agir de acordo com as necessidades da época, mas sempre de acordo com os princípios evangélicos estabelecidos pelo Amor misericordioso do Pai.
Diante disso, sabemos que a Igreja passou por tantas e tantas situações em sua história, pelas quais podemos conhecer entrando nos escritos deixados a todos nós pelos santos padres, e de fácil acesso nos dias de hoje para todos aqueles que respondem ao chamado de viver como Cristão Católico. Esta história possui realmente várias situações, entre elas, as mesmas perseguições pelas quais acontecem nos tempos atuais.
Porém, o que vamos partilhar trata-se de entendermos como foi que os primeiros cristãos católicos viviam a fé no início da Santa Igreja, até chegarmos nos dias de hoje. Para isso, precismos meditar nos relatos do Evangelista Lucas que podemos ler na Sagrada Escritura, precisamente no Livro dos Atos dos Apóstolos. Nele podemos perceber que os primeiros cristãos foram sendo conduzidos à Igreja através da renuncia total da vida passada, assim, de forma concreta, despojando-se de tudo que possuíam e unido-se à comunidade Apostólica. Vendiam suas propriedades, seus bens e ofertavam tudo para a recém fundada Igreja. Neste ato de fé e de coragem, faziam uma verdadeira experiência com o ressuscitado e se tornariam missionários consagrados na consumação do Reino de Deus instaurado por Jesus.
Seguindo pelos séculos seguintes, podemos encontrar nos escritos dos chamados Santos Padres, aqueles homens que também ofereceram suas vidas e doaram o sangue para manter firme a fé e anunciar o Evangelho a todas as criaturas de todas as nações. Neles, a Igreja foi se constituindo e solidificando em terras estrangeiras, passando das fronteiras de Isreal. Nesta época de tantas guerras e disputas pelo poder, a Igreja sofreu com as perseguições e o mundo foi percebendo que os cristão estavam crescendo como nunca podiam imaginar. A cada dia, o anúncio da Boa Nova ganhava novos seguidores e a fé cristã sendo fortificada com o próprio sangue.
Na era moderna, declarada após o ano de 1850, aproximadamente, o mundo foi ficando cada vez menor, pois a comunicação foi ganhando espaço e as vias de acesso aos países foram sendo desbravadas pelos modernos meios de transporte, tais como, navios, trens e automóveis. Com isso, a Igreja também se lançou no mundo para criar novas comunidades religiosas por todos os continentes, anunciando com vigor missionário a Boa Nova da salvação No entanto, ela continuava com o mesmo discurso de sempre: "Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida!" (Jo 14, 6).
Chegando na metade do século vinte, pelos anos 60, a Igreja passou pela mais forte e conhecida transformação da sua história, pois ela foi percebendo que precisaria ganhar mais força, a afim de enfrentar com fidelidade e coragem os novos e os mais modernos tempos de toda a história, pois todos os povos estariam unidos através de todos os meios de comunicação, numa velocidade jamais imaginada. Foi nesta época que aconteceu o Concílio Vaticano II, mudando completamente a estrutura organizacional e missionária da Santa Mãe Igreja.
Aquela Igreja que vivia escondida aos olhos dos seus fieis, mas declarada somente ao seu corpo eclesial, foi obrigada a se abrir para todos aqueles que ouviriam a mensagem salvação. De uma Igreja escondida, tornou-se uma Igreja = "Povo de Deus em comunhão". Sim, o formato do Concílio tomou um sentido de levar todos os féis a serem Igreja. Não que isso fosse proibido nas gerações anteriores, mas se tornou realmente necessária nos tempos atuais. A Igreja é sábia, e sempre foi dirigida pela força da sua Sagrada Tradição, do seu Sagrado Magistério e da Sagrada Escritura. Portanto, podemos confiar plenamente no sinais de sua missão Apostólica.
Nos dias de hoje, podemos buscar nos ensinamentos dos últimos Papas, desde Paulo VI, passando por João Paulo II, Bento XVI, e claro, agora no inicio do pontificado do Papa Francisco, todos os subsídios para podermos entender o verdadeiro sentido de sermos cristãos, envolvidos na pedagogia de Jesus, ou seja, na necessidade de tornar-nos verdadeiros discípulos. Ao se declarar uma Igreja cuja missão é fazer Jesus acontecer neste mundo, se tornaria também, necessariamente, estar em comunhão com toda a comunidade cristã católica; também podemos dizer, não somente com palavras e promessas, mas numa realidade de vida e testemunho de todos os fieis.
Somente nesta condição de comunhão total com a Igreja; vivendo sob a orientação pedagógica do Mestre, tão cuidadosamente guardada sob o depósito da fé na mesma Igreja, somos todos nós chamados a vivermos plenamente a santidade em comunhão com Espírito Santo nos doado no batismo, pois somente nesta condição de vida é que seremos totalmente capazes de anunciar a Boa Nova, dispostos e também disponíveis para fazer desta santidade um perfeito serviço à Santa Mãe Igreja. Pois, não existe melhor serviço do que o testemunho de vida. Podemos dizer que a palavra é importante, mas o testemunho arrasta!
O que vemos hoje, infelizmente, contradiz a esta inspiração de fazer uma nova Igreja acontecer, como divinamente foi inspirada no Concílio Vaticano II. O mundo cristão está descristianizando-se com tantas ofertas do mundo pagão. O povo de Deus está abrindo largamente o seu coração para as coisas tentadoras que levam somente ao prazer momentâneo. O povo de Deus não está se abrindo à Boa Nova com tanta força e vontade. A cada dia estão se contentando a poucas participações nas celebrações, quando muito participam. Costumam assistir às missas, sem no entanto participar com o coração e a alma.
Outro fato que vem acontecendo sistematicamente em nossa Igreja é o pouco caso na formação de seus fieis. Sem uma formação adequada, não podemos oferecer um serviço que leve alguém a conhecer a Pessoa de Jesus. Como Ele mesmo diz: "será como um cego guiando outro cego" (Cef Lc 6, 39ss). Ainda hoje podemos ver os participantes das Santas Missas serem chamados para exercerem funções de catequistas, cantores, leitores, ministros da Palavra, agentes de pastorais e etc, como se fosse assim, tão fácil exercer esses ministérios. Não podemos aceitar isso passivamente, pois a Igreja se enfraquece não dando testemunho de vida Evangélica. A Igreja não sobrevive apenas com serviços, mas com a vida de santidade dos seus fieis. Os santos são a força que move a Santa Mãe Igreja, em comunhão com a Santíssima Trindade, e não existe serviço melhor para ela sobreviver neste mundo paganizado.
Portanto, que tenhamos coragem de sermos profetas que anunciam e denunciam, assim como foram todos aqueles que não tiveram medo em suas missões. Tais como, Daniel, Jeremias, Isaías, Abraão, Moisés, Elias, Elizeu, Ezequiel, Malaquias, João Batista, Paulo, Pedro, João, São João Maria Vianney, Santa Terezinha do Menino Jesus, Santa Tereza de Ávila, Beato João Paulo II e tantos outros do nosso tempo. Servir à Santa Mãe Igreja é fazer Jesus acontecer neste mundo!
Deus seja louvado e adorado!
Carlos Alberto Batista - Comunidade Católica Pedras Vivas