quarta-feira, 17 de abril de 2013

FORMAÇÃO - PEDRAS VIVAS

                    


                        MISSÃO DA IGREJA: SANTIFICAR



"Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos também vós santos em todo o vosso 
  comportamento, porque está escrito: 'Sede santos, porque eu sou santo.' (1 Pd 1, 15-16)"


                 Estamos diante do maior desafio da nossa vida: ser santo! "Primeiro", precisamos acreditar em Deus. "Segundo", precisamos acreditar que Jesus é o enviado de Deus. "Terceiro", que não somos capazes de viver e encontrar os meios para conhecer a Deus fora da Igreja fundada por Jesus Cristo . "Quarto", que não somos livres para fazer o que quisermos da nossa vida. "Quinto", acreditar que o pecado destruiu a nossa natureza humana criada por Deus. "Sexto", acreditar plenamente que toda a Bíblia é a Palavra de Deus, e que é o próprio Deus falando pra todos nós através de alguém. "Sétimo", reconhecer neste mundo alguém que seja santo!

Se refletirmos com mais rigor, poderemos encontrar mais tópicos para acrescentar nesta lista que somaram sete situações. Claro, existem mais fatores que contribuem para relaxarmos diante da nossa necessidade de viver no Caminho de Deus. Portanto, podemos tirar dessas situações aquilo que nos dará uma Luz para iluminar o nosso perfeito discernimento. Para começarmos, precisamos aprender como se faz para entrar no âmbito do discernimento, pois está nesse processo toda a ciência da fé. Ou seja, discernir a nossa vida e a nossa história. Queremos dizer que não é possível discernir a fé apenas olhando pelo lado da razão. Ou seja, a fé não faz parte da nossa humanidade, mas inserida em nosso psiquê. Baseado em nossa liberdade, podemos crer ou não! Tudo que se relaciona com a fé se torna uma verdade absoluta sem a necessidade de se ver. Quanto à razão, esta, necessariamente, precisa ser vista. 

Começa aqui a nossa batalha interior. Possuímos a inata capacidade para pensar e somos estimulados a pensar em cada segundo da nossa vida. Podemos dizer que não existimos se não pensamos. Portanto, pensar não é viver. Não são os nossos pensamentos o agente para nos guiar e a dar o verdadeiro sentido da vida. Os pensamentos nascem daquilo que já conhecemos, escutamos e vivemos. Portanto, escondidos dos nossos pensamentos estão tudo aquilo que ainda não conhecemos e nem ouvimos. Esta é a parte da nossa razão. 

Para entrarmos na linha do discernimento, precisamos introduzir em nossos pensamentos aquilo que irá confrontar com a nossa razão. Ou seja,  para discernirmos precisamos conhecer os dois lados da questão: fé e razão! Podemos dizer que não conseguiremos ter fé sem razão, e nem ter razão sem fé. Para melhorar, precisamos lembrar que a fé é acreditar naquilo que não se vê, e a razão é o que dá sentido em tudo aquilo que podemos ver ou sentir. 

Esse é o primeiro ponto da nossa reflexão: acreditar em Deus com a nossa razão. A princípio parece fácil acreditar em Deus. Mas não é! Acreditar em Deus na pedagogia do próprio Deus significa colocá-Lo acima de tudo e de todos. Não é apenas crer com a razão, mas principalmente com a vida. E para acreditar em Deus com a vida, necessariamente precisamos chegar em Jesus. Jesus precisa entrar em nossa história, pois é Ele quem vai revelar Deus a nós. Jesus veio a nós como Filho de Deus. Ele veio revelar o Pai a fim de podermos conhecer a quem só conhecíamos por ouvir falar. Ao revelar Deus para nós, Jesus também trouxe junto com Ele uma sublime missão: revelar a nossa perfeita humanidade. Na humanidade Dele podemos descobrir a nossa. Em sua perfeita humanidade também está a nossa perfeição. Não em Jesus Deus, mas em Jesus homem. Mesmo que um não se separe do outro, Jesus consegue nos ensinar em sua humanidade.

Nesta perspectiva envolvente acabamos sendo atraídos pela doçura de Jesus. Entrando realmente com todo o nosso ser, com toda a nossa força, com toda a nossa inteligência e com todo o nosso entendimento no caminho de Jesus, aos poucos vamos penetrando no mistério da criação. Jesus nos envolve com tudo que é novo, e nunca antes revelado dentro de nós. Tudo vai ficando mais claro e aquilo que parecia impossível se torna real. Neste caminho envolvente, passamos dirigir nossos passos nas pegadas de Jesus e este caminho vai nos levando para os porões da Santa Mãe Igreja. Não que seja a nossa vontade, mas é através de uma força que nos impele a entrar pelas portas abertas. Jesus vai revelando a sua Igreja e a Igreja vai revelando todos os mistérios antes escondidos. Podemos dizer que não se entra na Igreja pelas portas da Capela, mas pelas chagas de Jesus. Assim como a mãe Eva saiu da costela de Adão, a Mãe Igreja saiu da costela de Jesus. Adão dormia, Jesus estava morto numa cruz. 

É a fé que nos remete a isso. Assegurar a nossa fé sem acreditar que o depositário da fé está sob a jurisdição da Santa Mãe Igreja, é não estar no caminho de Jesus. A Igreja nasceu em Jesus e Jesus é a própria Igreja. Sem Igreja não temos Jesus. Para Jesus continuar a sua obra de salvação seria necessário a presença viva Dele mesmo entre nós. Para isso, fundou Ele mesmo como uma Igreja e na história foi incorporando os fiéis dentro de si. Portanto, aquele que está em Cristo é Igreja. Quem não é Igreja não está em Cristo! Sem Cristo estamos mortos nesta vida!

Completando a nossa partilha, chegamos na parte onde precisamos nos conscientizar sobre o verdadeiro sentido da "liberdade". Em todos os tempos o homem foi dando um sentido que beneficia a si próprio sobre o livre arbítrio. Em todos os tempos a liberdade do homem foi sendo manipulada por tradições e culturas. Na verdade, o homem não é livre conforme a vontade Deus. O homem não sabe o que fazer com a sua liberdade, muito menos após a caída pelo pecado. A liberdade foi colocada na criação do homem por Deus. Mas, não para fazer o que quiser com ela. A vontade de Deus é ver todos nós fazendo o bem com ela. Com isso, usando mal a nossa liberdade podemos dizer não a Deus. Fruto do pecado!

Em todas as páginas das Sagradas Escrituras narradas pelos antigos profetas, podemos ver o reflexo do pecado. É uma guerra, uma batalha entre os povos. São reinados e mais reinados buscando o poder sobre nações e povos. Entrar na Bíblia é encontrar a nossa história e o nosso Caminho. Por isso, deixar de fazer da nossa vida um caminho sem a Palavra de Deus, é deixar de conhecer a nossa própria história. A Palavra de Deus revela ao homem de todos os tempos o caminho a seguir. A fidelidade da Igreja na Palavra de Deus é o alicerce que suporta o seu caminho desde a sua fundação por Jesus Cristo. Nada é mais nocivo para o homem do que ficar sem conhecer a vontade do seu Criador.

Para terminar, a vontade de Deus é ver todos os seus filhos caminhando na verdade. Para isso, não se apegou ao seu filho Jesus. Idealizou o projeto da salvação e quando chegou o tempo, colocou em prática, como sabemos. Jesus cumpriu fielmente e nos deixou como herança o Espírito Santo prometido, o mesmo Espírito de Deus. Portanto, na história da salvação o Espirito Santo é Aquele que nos santifica e nos concede a graça de discernir o Caminho. Ser santo é viver em profunda comunhão com Deus em sua intimidade a cada instante da nossa vida, mesmo correndo o risco de pecado,  mas, diante desta comunhão, a luta contra ele é indício de santidade. Assim, em nosso último suspiro o próprio Jesus virá nos acolher para nos levar ao Pai, pois esta a sua promessa. "Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também os que morreram em Jesus" (1 Ts 4, 14). 

"Portanto, a vontade de Deus é que sejamos santos" (1 Ts 4, 3)

Rogamos pela misericórdia de Deus, em Jesus, na força do Espírito Santo e sob os olhares ternos da Virgem Maria. 

Deus seja louvado e adorado!

Carlos Alberto Batista - Comunidade Pedras Vivas
 

                         


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